Presidente do Sintego reagiu à tentativa do deputado derrubar sua indicação ao CEE por meio de Mandado de Segurança na Justiça. Parlamentar reforça sua posição e diz que quer manter discussão de alto nível

Presidente do Sintego e deputado entram em embate sobre indicação ao CEE | Fotos: Fernando Leite e Fábio Costa/Jornal Opção

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, que teve sua nomeação no Conselho Estadual de Educação (CEE) barrada por meio de Mandado de Segurança no Tribunal de Justiça de Goiás, falou ao Jornal Opção que a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que deu aval à sua indicação, já entrou com recurso contra a decisão da Justiça.

O mandado é de autoria do deputado Humberto Teófilo, que argumentou que seria ilegal a “criação” de uma nova cadeira no conselho para abrigar a educadora. O nome dela vem encontrando resistência desde a primeira indicação em 2019, quando os parlamentares nem aprovaram sua indicação em articulação da bancada evangélica, que alegou que Bia defendia o que chamam de “ideologia de gênero”.

Entretanto, o Fórum Estadual de Educação enviou o nome da professora novamente, entendendo que a indicação à cadeira que pertence ao fórum não deveria ser barrada da maneira como foi. Com isso, ela finalmente teve seu nome aprovado no Legislativo, mas a nomeação segue suspensa devido à decisão do desembargador Marcos da Costa Ferreira, que deferiu Mandado de Segurança impetrado por Humberto Teófilo.

Embate

“A fundamentação que ele usou não procede. Não tem amparo legal, não prospera, e a própria Assembleia tratou de dizer isso para o Tribunal de Justiça de Goiás. Tenho certeza de que o parecer será favorável ao recurso, é só uma questão de tempo”, disse confiante a presidente do Sintego.

Em sua visão, os argumentos do deputado “mostram total despreparo”. “Está querendo somente fazer rixa, disputas ideológicas, nada mais do que isso. Ele lida com as coisas da Assembleia com o rim, com o fígado, mas não com o cérebro”, criticou.

Sobre isso, o deputado disse que a Justiça considerou que a nova indicação de Bia poderia ser considerada um vício, já que não se poderia votar um projeto semelhante em um mesmo ano legislativo. “Não pode ser deliberado a não ser com a assinatura da maioria absoluta dos deputados, principio da constituição federal, estadual e regimento interno”, disse.

“Com relação às declarações dela eu não vou me rebaixar a este nível, vou manter a discussão em nível alto, vou discutir constitucionalidade com ela, que pelo visto ela não deve entender. Mas enquanto isso ela vai ter que esperar o ano que vem para ser novamente indicada e ser submetida à uma nova votação”, complementou.