Ex-presidente da Câmara dos Deputados realiza noite de autógrafos do livro “Tchau, Querida: o Diário do Impeachment”. Evento acontece na Livraria Leitura do Goiânia Shopping nesta terça-feira, 23, às 18h30

Lançamento do livro “Tchau, Querida: o Diário do Impeachment” em Brasília | Foto: Sérgio Lima/Poder360

O polêmico livro sobre os fatos que teriam levado à queda a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) será lançado em Goiânia nesta terça-feira, 23. A noite de autógrafos do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB), autor de “Tchau, Querida: O Diário do Impeachment”, ocorrerá a partir das 18h30 na Livraria Leitura, localizada no Goiânia Shopping, Setor Bueno. O exemplar tem custo de R$ 99.

Em meio às 808 páginas da publicação, aparecem conhecidos nomes da política goiana. Os ex-deputados Jovair Arantes (MDB) e Sandro Mabel (sem partido), atual presidente da Federação das Indústria do Estado de Goiás (Fieg), são citados, respectivamente, 30 e 27 vezes no livro de Eduardo Cunha. Também figuram Alexandre Baldy (PP), Henrique Meirelles (PSD), Marconi Perillo (PSDB), Carlos Cachoeira e, entre outros, Joesley Batista, da JBS.

“Acertei com [Michel] Temer que Jovair [Arantes, na época filiado ao PTB] seria meu candidato à sucessão. Naquele momento, ele apoiou. Depois, o meu afastamento e o trabalho de Moreira Franco fizeram com que Temer acabasse apoiando Rodrigo Maia — até porque Jovair não se candidatou ao mandato tampão por entender que não teria direito de se reeleger”, afirma, no livro, Eduardo Cunha.

A primeira edição de “Tchau, Querida”, obra que tem coautoria da filha do ex-deputado, a publicitária Danielle Cunha, esgotou antes mesmo do lançamento oficial, no dia 17 de abril. A editora Matrix, responsável pela publicação, já trabalha com o terceiro lote. 

Prisão

Parte do livro foi escrito durante o tempo em que Cunha esteve na cadeia. O ex-deputado ficou três anos e cinco meses preso, mas em agosto do ano passado foi beneficiado por prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, por ser considerado grupo de risco na pandemia do Coronavírus (Covid-19). A prisão domiciliar foi revogada pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), com sede em Brasília, em maio deste ano.

Eduardo Cunha foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva por crimes envolvendo a Petrobras. As acusações envolvem lavagem de dinheiro e evasão de divisas  – dinheiro oriundo de propinas mantido em contas na Suíça. Logo após ter o mandato cassado, em setembro de 2016, o ex-presidente da Câmara prometeu escrever o livro sobre o impeachment. 

“Vou expor todas as conversas que tive a respeito do impeachment. Não gravei, tenho uma boa memória. Eu não gravo conversa e não compactuo com quem grava conversa”, disse  à época. Diante do sucesso de “Tchau, Querida”, Cunha já negocia com a editora Matrix a publicação de dois outros livros. 

Eleições 2022

Mesmo com direitos políticos suspensos até 2027, ele também pretende disputar nas eleições de 2022 uma vaga como deputado federal pelo estado de São Paulo. Já a filha Danielle deve buscar uma vaga eletiva pelo Rio de Janeiro.

O carioca Eduardo Cunha é economista, foi presidente da antiga Telecomunicações do Rio de Janeiro S/A (Telerj), no governo Collor, entre 1991 e 1993; presidente da Companhia Estadual de Habitação (Cehab-RJ);  deputado estadual entre 2001 e 2003; além de deputado federal entre fevereiro de 2003 e setembro de 2016.