Ilan Goldfajn garante que segundo trimestre será ainda pior que o primeiro, e que, com os reajustes, a economia nacional mostrará melhoras só no final do ano

Foto: Sarah Teófilo
“Quando você olha os últimos anos, o crescimento aqui foi acima do nacional. Não imagino isso revertendo tão cedo”, disse economista Ilan Goldfajn sobre Goiás | Foto: Sarah Teófilo

Durante palestra na Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), nesta quarta-feira (22/4), o economia-chefe do Banco Itaú, Ilan Goldfajn, discorreu sobre o cenário econômico nacional e falou da posição que o Estado de Goiás ocupa nesta perspectiva de retração econômica. Assim como tem falado o governador Marconi Perillo (PSDB), presente no evento, Ilan explicou que Goiás “não é uma ilha”, mas mostra-se melhor em comparação ao que acontece nacionalmente.

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De acordo com o economista, apesar da tendência do Produto Interno Bruto (PIB) do País fechar o ano em -1% ou -1,5%, os resultados da agroindústria e do setor de energia locais colocam Goiás numa situação melhor do que a vista nacionalmente. “A indústria brasileira aponta para uma queda, enquanto em Goiás é possível perceber um relativo crescimento”, pontuou.

O economista garante que as projeções para o Estado em 2016 é de recuperação mais forte e crescimento maior do que o que será visto no Brasil. “Quando você olha os últimos anos, o crescimento aqui foi acima do nacional. Não imagino isso revertendo tão cedo”, explicou.

Secretária do Estado da Fazenda, Ana Carla Abrão, economista e governador Marconi Perillo | Foto: Rodrigo Cabral
Secretária do Estado da Fazenda, Ana Carla Abrão, economista e governador Marconi Perillo | Foto: Rodrigo Cabral

Ilan ainda explicou que, olhando as projeções de 2016, percebe-se que a economia goiana anda mais rápido puxada pelo crescimento agrícola, que vai continuar sendo forte, e outros investimentos na área de energia.

Em um cenário geral, este trimestre, de acordo com o economista, vai ser pior que o primeiro. Ilan garante que começará a haver melhora no País somente após o segundo trimestre, com uma certa recuperação da confiança após os reajustes feitos pelo secretário da Fazenda, Joaquim Levy.

Conforme Ilan, com a retomada de confiança, o mercado passa a consumir mais e investir mais, deixando de permanecer retraído e voltando o crescimento no segundo semestre — que não deve ocorrer de forma vigorosa. “Havia dúvidas da capacidade do Brasil reagir. Agora a dúvida é se as ruas vão apoiar. Mesmo com as dúvidas, o mercado já começa a perceber que os reajustes estão sendo feitos e Joaquim Levy começa a ganhar certa credibilidade”, assegurou.

Segundo o economista, a economia brasileira pode subir cerca de 2% — não mais que isso, já que o contexto internacional não é muito favorável, e para ter crescimento precisa ter mais investimentos e reformas. “Me parece que a condução econômica e política não está permitindo essas reformas todas que ajude a pular de 2% para 4%. Ajuste não é reforma, e o cenário ‘Dilma 2’ não me parece ser de grandes reformas”, pontuou.