É possível ter um QI acima de 200? Especialista alerta sobre falsos superdotados

13 fevereiro 2025 às 10h43

COMPARTILHAR
Fabiano de Abreu, diretor internacional da IIS Society — uma antiga sociedade de alto QI que recentemente iniciou suas operações no Brasil — alerta sobre a proliferação de informações enganosas sobre superdotados. Segundo ele, o aumento de falsos superdotados e de testes e profissionais de credibilidade duvidosa tem gerado desinformação nas redes sociais.
No Brasil, a maior pontuação admitida em um teste de QI válido e reconhecido pelo Conselho Federal de Psicologia é de 160 pontos. Fora do país, pontuações podem chegar a 196 pontos devido a diferenças no cálculo. No entanto, qualquer pontuação acima disso é inexistente em testes cientificamente comprovados”, explica Fabiano de Abreu.
O especialista ressalta a importância de verificar a autenticidade dos testes antes de divulgar informações sobre superdotados. “É fundamental solicitar registros e documentações comprobatórias, pois algumas sociedades de alto QI são criadas apenas para que seus fundadores se autointitulem superdotados”, adverte.
A IIS Society tem trabalhado em conjunto com outras organizações internacionais para combater a desinformação e proteger os verdadeiros superdotados. “Nosso objetivo é evitar que esses indivíduos sofram com as consequências de falsas informações e de impostores”, acrescenta. De acordo com a ciência, é impossível um QI acima de 200.
O que é o QI e como ele é medido?
O Quociente de Inteligência (QI) é um índice padronizado que mede habilidades cognitivas em relação à média da população. Os testes mais confiáveis seguem uma distribuição estatística normal:
- Média: 100 pontos
- Desvio-padrão: 15 pontos
- Percentil 98 (2% mais inteligentes da população): QI 130+
- Percentil 99.9999 (~1 em 1 milhão de pessoas): QI 160
Segundo Fabiano de Abreu, a confiabilidade dos testes de QI diminui drasticamente a partir de 160 pontos, pois existem poucos indivíduos com esse nível de inteligência, tornando estatisticamente inviável validar medições mais altas.
Qual é o máximo possível nos testes aceitos?
Os testes de QI mais respeitados mundialmente possuem limites bem estabelecidos:
- WAIS (Wechsler Adult Intelligence Scale): Máximo confiável de 160 pontos
- Stanford-Binet (5ª edição): Máximo confiável de 160 pontos
- Cattell Culture Fair IQ Test: Pode chegar a 180 pontos, mas com limitações estatísticas
“Ninguém pode atingir 200 pontos em um teste cientificamente validado. Qualquer pontuação acima de 160 já é uma extrapolação matemática, não uma medição real”, reforça Fabiano de Abreu.
Por que não existe QI acima de 200?
- Os testes não medem isso: Nenhum teste reconhecido por instituições psicológicas (APA, Mensa, universidades) mede QIs acima de 160 de forma confiável.
- Curva normal e amostragem estatística: A distribuição normal do QI impossibilita medições fidedignas para valores superiores a 160.
- Valores extremos são apenas estimativas falsas: Alegadas pontuações acima de 200, como as de Marilyn vos Savant (QI 228) e Terence Tao (QI 225-230), não foram obtidas por testes padronizados. No caso de Marilyn, os valores são baseados em testes antigos e extrapolações estatísticas, o que levou o Guinness Book a deixar de registrar recordes de QI por falta de critérios objetivos.
Os “Testes de Alto QI” são confiáveis?
Alguns testes, como o Mega Test e o Titan Test, alegam medir QIs de 180 a 200+, mas não são aceitos pela comunidade científica porque:
- Não possuem calibração estatística confiável
- São projetados para pequenas amostras, sem representatividade real
- Não são reconhecidos por organizações psicológicas como Mensa, Triple Nine Society ou APA
“Qualquer alegação de QI acima de 200 é falsa. Os testes confiáveis não medem acima de 160, e valores como 180, 200 ou 250 são apenas estimativas sem base científica”, enfatiza Fabiano de Abreu.
Caso encontre alguém afirmando ter um QI superior a 200, desconfie. O verdadeiro limite do QI humano, segundo a ciência, é de aproximadamente 160 pontos. Acima disso, não há medições confiáveis. Pontuações Extremas São Mito.
Para medir o QI de forma confiável, Fabiano recomenda utilizar testes como o WAIS-IV ou Stanford-Binet, sempre supervisionados por um psicólogo profissional. “Não caia em mitos sobre gênios de QI 200 — a ciência já provou que eles não existem”, finaliza.
Leia também:
Brasil não consegue detectar e desenvolver jovens “superdotados”
Estudante de 13 anos que passou em medicina deve concluir 4 anos de ensino básico em 1 ano