Foram cumpridos 14 mandados de prisão e 12 de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Caturaí, Cristianópolis e Catalão

Brasão da Draco | Foto: Polícia Civil

Agentes da Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO), por meio da Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), cumpriram 14 mandados de prisão e 12 de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Caturaí, Cristianópolis e Catalão. Com a ação, foram identificados e presos de integrantes de uma associação criminosa, citaram ainda o envolvimento um ex-vereador de Catalão, que não teve o nome revelado. Eles são suspeitos de extorquir diversos empresários goianos entre 2016 e 2018.

A associação criminosa, mediante a prática do crime de corrupção, chegou a obter mais de R$ 1 milhão de reais em propina. Além do ex-vereador, foram alvos das prisões antigos servidores públicos, familiares e outras pessoas que participaram do esquema de cobranças ilegais. Após serem temporariamente apreendidos, os investigados permanecem à disposição do Poder Judiciário.

Entenda o caso

Durante o processo de apuração, descobriu-se que a quadrilha identificava empresários interessados em instalar seus estabelecimentos em Distritos Industriais administrados pela Goiás Industrial (posteriormente transformada em Codego). A partir de então, passava-se a cobrar valores indevidos desses empresários, por meio de chantagem, para que os processos administrativos da Codego tivessem andamento.

Pelo menos nove empresas foram vítimas do grupo criminoso. Dos empresários coagidos, os que se recusavam a pagar as propinas passavam a ser perseguidos e vítimas de ameaças, que ocorriam até no sentido de que as empresas já instaladas nos distritos da Codego poderiam ser despejadas.

Dos investigados, sete eram servidores da empresa estatal na época. “Fazia parte do serviços deles entrar em contato com os empresários. Se o empresário poderia obter aquela área por um valor módico, esses servidores usavam essa oportunidade para viabilizar a instalação do empresário naquele local”, disse a delegada responsável pelo caso, Débora Melo.

O esquema de obtenção de vantagens ilícitas era tão corriqueiro que parte dos suspeitos assinava “recibos das propinas” recebidas. Os agentes ainda contam que os integrantes da quadrilha ostentavam vida de luxo, incluindo várias viagens internacionais por ano e aquisição de diversos carros esportivos. Um dos investigados, inclusive, chegou a utilizar cheques emitidos pelos empresários chantageados para comprar o veículo Jeep Cherokee para uso pessoal, sendo essa a origem do nome da operação. Entretanto, foi percebido que parte dos investigados, mesmo morando em imóveis de alto padrão, solicitaram o auxílio emergencial do Governo Federal.