Dono do grupo Rialma nega ser alvo de investigação
04 maio 2016 às 15h13
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Emival Caiado defende que especulação sobre relação da empresa com ex-ministra Erenice Guerra seria tentativa de atingir seu primo, o senador Ronaldo Caiado (DEM)
O presidente do Grupo Rialma, empresa goiana do setor de energia, Emival Caiado, nega qualquer ligação com ex-ministra Erenice Guerra. Em entrevista ao Jornal Opção, o empresário respondeu a publicação da coluna “Expresso”, da revista Época, que na última segunda-feira (2/5) afirmou que “investigadores estão atentos aos serviços prestados por Erenice Guerra ao Grupo Rialma, de Goiás”.
O fundador do grupo Rialma admitiu que contratou os serviços de Antonio Eudacy Alves Carvalho, irmão da ex-ministra, mas nega ser alvo de qualquer investigação em relação ao negócio. “Há cerca de um ano o contratei como advogado em um processo trabalhista, mas foi só isso. Tenho contrato e nota fiscal, são valores pequenos e tudo dentro da legalidade” e reiterou: “Deve ser alguma tentativa de atacar meu primo, o senador Ronaldo Caiado, pois não existe fundamentação alguma nessas citações da mídia”.
Erenice Guerra foi ministra da Casa Civil de abril a setembro de 2010, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Acabou pedindo demissão após cinco meses no cargo depois de ter seu nome envolvido em denúncias de tráfico de influência. Em julho de 2012, o processo contra Erenice Guerra foi arquivado por decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, por “total falta de provas”.
A empresa de Emival Caiado virou notícia no final de 2015, depois que foi citada no pedido de afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de autoria do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O documento afirma que existem indícios de que o deputado teria recebido R$ 500 milhões em propina para autorizar um investimento do FI-FGTS, da Caixa Econômica Federal, para o Grupo Rialma.
Em entrevista ao Jornal Opção, Emival Caiado garante que nenhuma empresa sua ou coligada recebeu um único centavo que seja do Fundo de Investimento do FGTS ou qualquer empréstimo empresarial proveniente da Caixa Econômica Federal. “O que aconteceu nos anos passados foi um estudo de possibilidade de parceria em investimentos em energia eólica, cujas negociações foram encerradas no ano passado com o FI por não havermos chegado a um acordo sobre avaliação dos ativos da empresa”, explica.
Emival faz questão de salientar que não tem relação com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ou qualquer outra pessoa de seu grupo: “Nunca o vi na minha frente”.
Sobre o caso, o empresário afirmou que houve a possibilidade de parceria entre a empresa de energia eólica, mas foi recusada. Segundo ele, os valores do FI eram bem abaixo dos ativos do mercado. “Nunca recebemos um centavo da Caixa Econômica”.
Por meio de assessoria, o Ministério Público Federal e o MPF em Goiás afirmaram que não existe nenhum processo que investigue a ligação da empresa com a ex-ministra Erenice Guerra. Porém a investigação pode estar ainda sob sigilo de justiça.