Dom Tomás Balduíno é sepultado na cidade de Goiás
05 maio 2014 às 16h39
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O religioso morreu na noite da última sexta-feira (2/5) anos 91 anos, no Hospital Neurológico em Goiânia. Ele estava internado no Hospital Anis Rassi tratando de problemas cardíacos e um câncer
O corpo de Dom Tomás Balduíno foi sepultado no início da tarde desta segunda-feira (5/5) na cidade de Goiás. Ele foi enterrado no interior da Catedral Nossa Senhora de Santana.
Dom Tomás morreu na noite da última sexta-feira (2/5) anos 91 anos, no Hospital Neurológico em Goiânia. Ele estava internado no Hospital Anis Rassi tratando de problemas cardíacos e um câncer, tendo recebido alta, mas no dia seguinte foi levado ao Hospital Neurológico com dores e confusão mental. Após mais uma semana internado o religioso não resistiu e faleceu.
Em novembro do ano passado Dom Tomás ficou internado com problemas cardíacos por cerca de 10 dias, sendo aproximadamente cinco na UTI do Hospital Doutor Domingos, em Ceres (GO), e quando apresentou melhoras foi transferido para a UTI do Hospital do Coração Anis Rassi, em Goiânia. Na época o religioso recebeu um telefonema do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que desejou boa recuperação ao paciente.
Em sua última internação o religioso teve problemas em decorrência de incompatibilidade do marcapasso e os medicamentos para o câncer. Ele ficou internado cerca de 12 dias no Hospital Anis Rassi e depois foi levado para o Neurológico, onde faleceu.
O corpo do religioso será velado na Igreja São Judas Tadeu, no Setor Coimbra, neste sábado (3) até as 10h de domingo (4). Em seguida, o corpo será levado para a cidade de Goiás, onde será velado na Catedral até as 9h segunda-feira (5) pela manhã, para por fim ser sepultado na própria Catedral.
Em sua última internação um grupo de índios do Tocantins das etnias Xerente, Krahô e Krahô-Kanela acompanharam de perto, em frente ao Hospital Anis Rassi, a recuperação do bispo. Dom Tomás completou 91 anos no dia 31 de dezembro.
Trajetória
Natural de Goiás, Dom Tomás estudou filosofia no seminário dos dominicanos em São Paulo e ordenou-se presbítero em 1948. Cursou Teologia em Saint Maximin, na França, onde concluiu o mestrado em 1950. É pós-graduado em Antropologia e Lingüística pela Universidade de Brasília em 1965.
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Em 1966 foi eleito prelado coadjutor da Prelazia de Santíssima Conceição do Araguaia, hoje diocese de Marabá. Foi ordenado bispo da diocese de Goiás em 26 de novembro 1967.
Em 2006, recebeu o Prêmio de Direitos do Homem Dr. João Madeira Cardoso. No mesmo ano, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Católica de Goiás por sua luta pela cidadania e direitos humanos.
Em 2008, recebeu o prêmio Reflections of Hope, da Oklahoma City National Memorial Foudation, como exemplo de esperança na solução das causas que levam tantas pessoas do mundo à situação de miséria.
Luto oficial
Em nota, o governador Marconi Perillo (PSBD) decretou neste domingo (4/5) luto oficial de três dias pela morte de Dom Tomás. O político reconheceu a importância do bispo, que foi um personagem fundamental no processo de criação do Conselho Indigenista Missionário e da Comissão Pastoral da Terra.
“Foi reconhecido internacionalmente por sua atuação firme e corajosa na luta a favor dos mais carentes e dos indígenas. Também ajudou pessoas perseguidas pela ditadura militar. Um exemplo ímpar de amor e doação ao próximo”, afirmou o governador.
A presidente Dilma Rousseff também divulgou nota no sábado (3/5), lamentando a morte de Dom Tomás Balduíno. “Foi com tristeza que soube da morte de dom Tomás Balduíno, incansável lutador das causas populares”, sentenciou.