A veterinária Priscyla Andrade tinha 31 anos. Comeu peixe, em Recife, e morreu na terça-feira, 2. Ela internada desde 17 de fevereiro

A veterinária Priscyla Andrade morreu na terça-feira, 2, aos 31 anos, depois de comer um peixe da espécie arabaiana (olho de boi). A jovem, que estava internada desde 17 de fevereiro, num hospital de Recife, começou a sentir dores na coluna e no estômago, relata sua irmã Flávia Andrade, de 36 anos, que teve os mesmos sintomas, mas se recuperou.

Os médicos apontam que Priscyla Andrade foi acometida da Síndrome de Haff, também conhecida como “doença da urina preta”. A doença, descrita por médicos desde 1924 — havia sido detectada no Báltico, na Prússia (Alemanha) e na Suécia —, deriva do consumo de alguns peixes, como o olho de boi, e lagostins. A Fiocruz disse à “Veja” que “os casos [detectados na Europa] envolveram o consumo de diferentes peixes de água doce cozidos”.

Priscyla Andrade: veterinária que morreu aos 31 anos | Foto: Arquivo da família

Flávia Andrade relata: “Não foi uma dor tão intensa quanto a dor que sentimos na segunda vez que consumimos o peixe. No segundo consumo, além de mim e das secretárias, meu filho comeu o peixe e Priscyla também. Quando fomos socorrer Priscyla, que estava com fortes dores e não conseguia se mexer de tanta dor, eu também comecei a sentir os sintomas. Fiquei com os movimentos da nuca até o quadril paralisados. Socorremos Pricyla, eu fui medicada e voltei para casa, e Priscyla foi para a UTI”.

Segundo a “Veja”, os principais sintomas” da doença “são dor e rigidez muscular, falta de ar, dormência e urina preta”. O Centro de Informação Estratégica em Vigilância em Saúde da Bahia” — Estado onde foram registradas três ocorrências da doença — disse à revista que “a doença pode evoluir rapidamente com insuficiência renal e, se não adequadamente tratada, levar o óbito”. Cinco casos ocorridos em Pernambuco estão investigados pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Neste Estado, entre 2017 e 2021, foram registrados 15 casos da Síndrome de Haff.

Os médicos não têm conhecimento suficiente da doença, possivelmente por ser rara.

Em Goiás, que consome peixe produzidos em várias regiões do país, como o Nordeste, não há notificações oficiais da Síndrome de Haff.