Processo eleitoral de Rio Verde foi anulado pela comissão eleitoral do sindicato, o que garante a vitória à chapa situacionista, de Ieda Leal e Bia de Lima. Chapa de oposição alega que anulação é ilegítima e promete entrar na Justiça para resolver a questão

delson vieira

Em meio a um contencioso dentro do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) por conta do recente processo eleitoral, o candidato Delson Vieira Santos, da Chapa 2, “Chega! Juntos somos mais fortes!”, visitou o Jornal Opção Online para dar sua versão sobre o imbróglio.

O pleito foi encerrado no dia 22 de maio com a vitória da chapa de Delson por 7.936 votos contra 7.851 da chapa da situação, “O Sintego Somos Nós, Nossa Força, Nossa Voz”. No entanto, o resultado foi anulado depois que a comissão eleitoral do sindicato decidiu pela anulação do processo realizado em Rio Verde, que foi determinante para a vitória da chapa 2.

Assim, teve início uma disputa que pode parar nos tribunais.

Qual é o motivo do imbróglio na eleição do Sintego?

Nós, da chapa “Chega! Juntos somos mais fortes” montamos uma chapa porque não concordamos com a forma com que as senhoras Bia de Lima e Ieda Leal vêm conduzindo o sindicato, que se tornou partidário, não defende os trabalhadores e não tem sua legitimidade. Tanto é assim que, com toda a máquina na mão, nós conseguimos vencer a eleição.

Ao final, na apuração, quando já tinham aberto as urnas, contado os votos e atestado a nossa vitória, a comissão decidiu anular os nossos votos de Rio Verde, onde conseguimos 447 votantes para a nossa chapa — contra 63 para a chapa das adversárias – foram anulados.

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Essa anulação foi feita com base em que?

A alegação é a de que não teve pessoas acompanhando as urnas itinerantes. No entanto, na apuração, lá em Rio Verde, encontravam-se os fiscais da chapa 1 e lá eles não pediram a impugnação e nem a anulação dos votos – pelo contrário: assinaram a ata e legitimaram o processo. Aí a comissão central decide por anular os votos direcionando o resultado.

Ganhamos a eleição, mas estamos nesse imbróglio para tentar assumir o sindicato.

Quem são os responsáveis pelo processo de apuração?

Cada regional compõe a sua comissão eleitoral e essa comissão encarrega-se de fazer todo o processo eleitoral na regional e nos municípios que compõem essas regionais. Realizando a contagem de voto, remete-se a ata geral de apuração para a central. Foi aqui na comissão central que anularam nossos votos.

Quais medidas estão sendo adotadas para resolver a situação?

Nós temos um corpo jurídico que vai tomar todas as providências. Temos casos análogos, por exemplo na cidade de Goiás, a pessoa que estava com a urna é membro da Chapa 1 e andava com a chave. Isso é ilegal. No entanto, entramos com um pedido de impugnação e a comissão denegou. Ou seja, não anulou os votos daquela cidade. É importante dizer: quem ganhou naquela cidade foi a Chapa 1. Foram 318 votos para eles e 85 para nós.

Quando deve sair o resultado do processo eleitoral?

O resultado deve sair até amanhã. Considerando que a comissão entendeu que deve ser realizado novo processo em Rio Verde, acredito que o prudente seria não divulgar o resultado, já que o processo eleitoral não se encerrou, uma vez que ele só se encerra em todo o Estado. Quero dizer que somos contra realizar uma eleição na cidade de Rio Verde. É importante afirmar que eles querem realizar uma nova eleição em Rio Verde porque a candidata da Chapa 1 não conseguiu montar uma chapa regional na cidade.

Inicialmente, qual era a previsão para a posse de quem fosse eleito?

Previsão de posse no dia 6 de junho, quando encerra o mandato. O mandato da atual direção se encerra no dia 6. Pouco provável que esteja resolvido até o dia 6, mas espero que seja solucionado o mais rápido possível.

Quais medidas jurídicas podem ser adotadas nesse caso?

O corpo jurídico está analisando a possibilidade de pedir a validação do processo porque o que houve em Rio Verde não foi fraude. Foram problemas no procedimento. Então vamos pedir a validação do resultado. Caso esse não seja o entendimento da Justiça, vamos pedir a invalidação de todo o processo eleitoral no Estado. Não dá para fazer um processo eleitoral só em Rio Verde quando quem está com a máquina tem a possibilidade de usá-la a seu próprio favor.

Para o senhor, qual foi o motivo da derrota da Chapa 1 nessa eleição?

O sindicato hoje não é voltado para a base. O sindicato defende os professores. Hoje aqui em Goiânia os professores estão de greve. Cadê o sindicato? Se nós estivéssemos à frente do sindicato quem estaria assumindo a greve seríamos nós. Fizemos isso em Aparecida. Quem pegar o histórico de Aparecida vai saber que fizemos uma greve em 2010 contra o Domingos Pereira, que é secretário de Educação lá e ex-presidente do Sintego. Nossa tônica é ser apartidário. O partido que temos é a defesa dos professores. Fizemos agora uma greve só do administrativo, e agora, dia 30 de maio, o secretário tem que apresentar o plano de carreira na Câmara de Vereadores para ser aprovado. Hoje a direção que ta aí personificou. Quem manda no sindicato hoje são Bia e Ieda Leal, e querem continuar mandando a qualquer preço, de qualquer forma, inclusive invalidando os votos que conseguimos legitimamente.

Vamos tomar todas as providências. Espero que a comissão tenha o bom senso de reconsiderar a decisão que foi tomada de invalidar nossos votos. Esses votos, que nos foram tirados, garantem nossa eleição legitimamente.