A recente alta significativa no preço do petróleo aumenta a possibilidade de um aumento nos preços dos combustíveis no Brasil. Analistas do setor preveem que esse rali do petróleo deve manter a commodity em um nível elevado pelo menos até o final do ano. Isso pode representar um desafio para a Petrobras, que, desde maio, quando encerrou a política de preço de paridade de importação (PPI), tem segurado os preços dos derivados de petróleo produzidos em suas refinarias. Com o confronto entre Israel e Hamas na última semana, os preços internacionais do petróleo tendem a subir ainda mais.

Na sexta-feira, 13, o preço dos contratos com vencimento para dezembro do petróleo tipo Brent, a referência internacional, fechou em alta de 5,68%, cotado a US$ 90,89. Ao longo da semana, ele apresentou elevação de 7,29%

Na mesma época em que encerrou a política, a Petrobras reduziu o preço do diesel em 12,8% e o da gasolina em 12,6%, devido à baixa cotação do barril do tipo Brent, referência internacional, que estava em torno de US$ 72.

No entanto, desde então, o preço do petróleo subiu substancialmente, impulsionado pelo compromisso da Rússia e da Arábia Saudita de manter uma redução na oferta de 1,3 milhão de barris diários até o final do ano. Membros importantes da Opep+, uma coalizão entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, já vinham restringindo o fornecimento de petróleo desde julho, originalmente como uma medida temporária.

No Brasil, esse cenário provoca preocupação imediata com a inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a taxa oficial do país, divulgado na semana passada, apontou elevação de 0,26% em setembro. Ele foi comemorado pelo mercado, porque a expectativa era de crescimento de 0,34%. Ainda assim, o IPCA teve um vilão: justamente a gasolina.

O Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) calcula umdescolamento de 15,86% no preço da gasolina da Petrobras em relação ao valorpara o importador e de 15,52% no caso do óleo diesel.