Diretor do Zoológico de Goiânia dá sua opinião sobre caso do menino que teve braço dilacerado por tigre
31 julho 2014 às 18h08
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No comando da unidade goiana há nove anos, Rafael Cupertino conhece bem a petulância de alguns visitantes
O caso do menino de 11 anos que teve um dos braços dilacerado por um tigre no Zoológico de Cascavel, no oeste do Paraná, ganhou grande repercussão na imprensa nacional desde a manhã desta quinta-feira (31/7). De imediato, a responsabilidade pelo “incidente” foi dividida entre a ausência de bom senso do pai do menor, a falta de estrutura da unidade, e até mesmo o animal foi culpado pelo “ataque”.
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No comando do Zoológico de Goiânia há nove anos, Rafael Cupertino conhece bem a petulância de alguns visitantes. Na esperança de uma aproximação com os animais, muitos esquecem os limites de segurança impostos pelo Zoo, colocando em risco a própria vida.
Na unidade goiana, a situação foi amenizada há dois anos quando foi adotado um novo modelo para os locais onde estão alojados os animais de maior periculosidade. A instalação de redomas de vidro, ao invés das grades, além de maior segurança, torna o ambiente mais confortável para os animais. Rafael Cupertino explica o porquê. “Com isso, é excluída o estigma que se tem das jaulas, oferece mais segurança, além da blindagem acústica e da impossibilidade do animal receber alimento dos visitantes”, diz.
Sobre o caso de imprudência no zoológico de Cascavel, o dirigente destacou a imprudência do pai do garoto como causa para o acidente. “Para mim, foi uma total irresponsabilidade do pai. Eu não conheço a estrutura de lá, mas foi um episódio de descuido a partir do momento em que ultrapassaram a barreira”, avaliou.
Cupertino também esclareceu que o incidente não se tratou de um ataque, uma vez que o animal foi provocado. Ele lembra que, apesar de domesticado, o tigre possui instintos selvagens que podem aflorar a qualquer instante; daí a relevância das medidas de segurança. Ele conta que nem mesmo os tratadores são autorizados a passar a mão nos animais como a criança o faz nos vídeos.
De acordo com o diretor, felizmente, no tempo em que está à frente da unidade, nenhum acidente parecido com o do garoto de Cascavel foi registrado em Goiânia, nem com visitantes ou com tratadores. Mas, caso venha a ocorrer, ele ressalta que a equipe da unidade estará prontamente preparada para atender a demanda.
A segurança do Zoológico de Goiânia é responsabilidade da Guarda Municipal e os agentes possuem treinamento para primeiros socorros. Além disso, a unidade mantém contato direto com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (Samu) e com o Corpo de Bombeiros.
“Já tivemos alguns pequenos acidentes, como queda de crianças. Nestes casos, o atendimento foi imediato e bastante eficiente. A gente tem um planejamento de segurança grande; desde que as pessoas o respeitem e não passem do limite estabelecido este é um passeio agradável”, finalizou.