Para ele, manutenção do calendário afeta milhares de estudantes que estão sem condições de frequentar escolas ou permanecem sem acesso a meios tecnológicos para estudar em casa

O diretor-geral da Faculdade de Piracanjuba (FAP), Milton Justus, protocolou na última terça-feira, 12, uma ação popular na Justiça Federal da 1ª Região. A ação é contra Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e quer, em caráter de urgência, a suspensão ou adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano.

De acordo com a ação, a manutenção do calendário durante a pandemia de Covid-19, afeta diretamente milhares de estudantes que estão sem condições de frequentar escolas ou permanecem sem acesso a meios tecnológicos para estudar em casa.

Isso, segundo ele, fere a garantia de acesso igualitário a todos os níveis. A ação pede ainda que o Inep — responsável pela aplicação da prova — promova ações coordenadas de planejamento de um novo calendário de forma plural e conjunta, com os demais entes federados.

De acordo com o documento, o Governo Federal publicou vários decretos e leis que afetaram o sistema educacional brasileiro, que se viu, segundo ele, obrigado a fechar as portas das escolas e adaptar novas formas de aulas a distância.

“A pandemia escancarou as veias abertas da desigualdade social brasileira, demonstrando que as novas formulas não são acessíveis a todos, principalmente para os alunos das escolas públicas, revelando que a meritocracia não passa de um maldito engodo neoliberal”, consta na petição.

Ele considera ainda que a manutenção do calendário do Enem caminha na contramão das melhores práticas mundiais, uma vez que, a França já cancelou a sua avaliação formatada em moldes análogos, enquanto outros países suspenderam indefinidamente por questões de segurança e isonomia.