Direitos Humanos cobra investigação de chacina em Miracema do Tocantins
09 fevereiro 2022 às 19h29

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Homicídios ocorreram após a morte de um policial em serviço
Uma chacina ocorrida em Miracema do Tocantins chamou atenção da Comissão Justiça e Paz da Regional Norte 3, o Movimento Estadual de Direitos Humanos do Tocantins, entidades associadas e subscritoras. O Repúdio foi contra a execução de sete pessoas: um idoso e outros cinco jovens, maioria negros, sendo que, conforme noticiado, apenas uma das vítimas tinham antecedentes criminais. Entre os mortos estão um pai e os dois filhos dele.
A suspeita é de que o crime tenha sido praticado por pessoas que representam a ordem e a segurança do povo de Miracema do Tocantins. Dois dos chacinados, um pai e o filho, estavam sob custódia do Estado, ou seja, foram levados à Delegacia por que na casa deles foi encontrada uma espingarda. Dentro da Delegacia, eles foram assassinatos por 15 homens encapuzados. Outro filho foi morto na residência da família e mais três jovens foram assassinados no mesmo dia. Os indícios apontam que todos os homicídios estejam interligados, uma vez que ocorreram após a morte de um policial em serviço.
Ao que tudo indica, as mortes apontam para uma possível vingança por causa da morte desse policial em troca de tiros nas imediações de uma periferia de Miracema, ocorrida exatamente um dia antes da chacina. Desde, então, operações passaram a ser diárias, assustando os moradores.
A truculência de quem tem o dever de proteger e preservar a vida não é novidade para moradores de comunidades dos bairros pobres do estado. Arbitrariedades, prisões ilegais, desaparecimentos súbitos, são a regra e, nesses casos, geralmente, a política alega que houve troca de tiros e registra a ocorrência como “auto de resistência”, segundo as entidades. O grupo de representante dos Direitos Humanos cobrou apuração e punição desse crime nos termos da lei, que não prevê execuções penais.
O Estado, que detém o exercício legítimo de conter a violência não deve permitir que os próprios agentes procurem justiça com as próprias mãos. Disse ainda que querem que haja rápida e eficaz investigação dos vários assassinatos, que têm todos os sinais de ser uma chacina por vingança, a identificação e punição dos 15 homens encapuzados que invadiram a delegacia e assassinaram os detidos e a apuração de possível participação de agentes públicos na execução ou facilitação desses atos.