O dia 2 de dezembro figura há anos no calendário oficial de datas culturais do Brasil como o Dia do Samba. A sua comemoração, no entanto, era restrita a algumas cidades, em especial o Rio de Janeiro e Salvador. Contudo, um projeto de lei, em 2007, propôs instituir a data como Dia Nacional do Samba. Para comemorar a data, tão significativa para a cultura popular e história brasileira, o Jornal Opção traz uma lista de seis rodas de samba na capital de Goiás, Goiânia, que valem a pena o conhecimento.  

O gênero se caracteriza por ser umestilo musical cheio de gingado e melodia que encanta pelas danças e também pela execução que exige harmonia e talento de todos os músicos envolvidos na roda de samba.

“Pelo telefone”, composição de Donga datada de 1916, é considerado o primeiro samba brasileiro, por substituir o maxixe. Na mesma ocasião, surgiram muitos compositores de grande talento, como Pixinguinha, João da Baiana, Sinhô e Heitor dos Prazeres. O Brasil se destacou com grandes nomes como Elza Soares, Arlindo Cruz; Zeca Pagodinho; Beth Carvalho; Paulinho Viola; Cartola; Ivone Lara; Martinho da Vila; Leci Brandão; dentre outros.

O samba foi tomando uma expressão urbana e moderna. Começou a ser tocado nas rádios, se espalhou pelos morros cariocas e nos bairros da zona sul. Mais tarde, em meados do século 20, Dorival Caymmi e João Gilberto deram uma nuance sofisticada para o samba, misturando-o com outras influências musicais. (Confira ao final as variantes do gênero).

Em Goiânia, bares tradicionais e rodas de sambas populares misturam boa música e gastronomia, tudo de forma acessível para a população goianiense. Confira alguns locais para celebrar o Dia Nacional do Samba neste sábado, 2. “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé”, já cantava Dorival Caymmi.

Breguellas Oeste

Breguella’s Bar, em Goiânia. | Foto: Rubens Salomão

A roda de samba Breguella’s Oeste do Breguella’s Bar não poderia ficar de fora da lista. Pompílio Machado, Leandro Mourão, Pedro Jordão e Cleiton José animam as noites do local que virou um clássico point de encontro da capital. O espaço funciona em dois endereços: Setor Leste Universitário, na Rua 225, e na Rua 134, onde está desde 1978, no Setor Oeste. Este último, aliás, virou há tempos um clássico da noite na cidade.

Na última sexta-feira, 1, o Breguella’s recebeu o grupo Heróis do Botequim para dar início às comemorações do Dia do Samba. Neste fim de semana, recebe Dia do Samba com Nega no sábado, 2, e Clube do Samba no domingo, 3.

Quintal do Jajá

Quintal do Jajá, em Goiânia. | Divulgação

Se você está em busca de um bom lugar pra curtir samba ou pagode em Goiânia, o Quintal do Jajá é um dos destinos ideiais. Localizado bem no centro da cidade, o bar atende de quarta a domingo, e traz uma programação repleta de samba, pagode, petiscos e bebidas para comemorar o Dia Nacional do Samba.

Famoso pela feijoada e pela cerveja gelada, o bar conta com rodas de samba e música ao vivo. No sábado, 2, o local também receberá o grupo Heróis do Botequim para celebração da data.

Quintal do Keké

Quintal do Keké, em Goiânia. | Foto: Redes Sociais

O Quintal do Keke está localizado no mesmo lugar do antigo Quintal do Jorjão, que se mudou para um novo local. Com atendimento apenas aos sábados, das 11h às 18h, a casa recebe bandas e artistas da cena local, incluindo grupos que já contam com projeção nacional. É um dos lugares mais procurados para quem busca curtir samba ou pagode em Goiânia.

Atualmente, funciona na Rua 226, setor Vila Nova.

Quintal do Jorjão

Quintal do Jorjão, em Goiânia. | Foto: Redes Sociais

O Quintal do Jorjão é o lugar ideal para quem procura curtir um bom pagode, samba ou MPB (Música Popular Brasileira). O ambiente descontraído conta com um cardápio variado, petiscos e diversidade cultural. Para experimentar a famosa feijoada do Quintal do Jorjão, vá no sábado.

Zé Latinhas

Zé Latinhas, em Goiânia. | Foto: Redes Sociais

O Zé Latinhas é um bar localizado na rua 8, no centro da ciadade. Lugar arejado e alto astral, as mesas ficam na calçada para o momento ficar ainda mais descontraído. A programação do Zé conta às vezes com um sambinha.

Tapera’s Samba e Pagode

Tapera’s Samba e Pagode, em Goiânia. | Foto: Redes Sociais

Quando o assunto é pagode em Goiânia, o Tapera’s representa mais um bom destino. Já bastante tradicional na região, a casa fica na Vila Santa Isabel e abre de sexta a domingo, com programações que incluem também o bom samba raiz e um pouco de sertanejo.

Salve!

Bar Salve!, em Goiânia. | Foto: Divulgação

Salve! Goró, borogodó e ziriguidum. Ambiente arejado e descontraído, com público diversificado. O bar chegou na capital há pouco tempo, mas já conquistou um público fiel e vem atraindo cada vez mais apreciadores de uma boa roda de samba.

Com um espaço descontraído, ambiente externo e natureza ao redor, os shows ao vivo contribuem para deixar a energia da casa lá em cima. No cardápio, pratos, petiscos e sanduíches acompanham a programação musical.

Variantes do samba

  1. Samba-enredo – com origem no Rio de Janeiro na década de 30, é um samba que determina o ritmo dos desfiles das escolas de samba e aborda temas sociais e culturais.
  2. Samba-de-partido-alto – é um samba de origem pobre, que tenta demonstrar a realidade de regiões carentes. Seus principais compositores são Moreira da Silva, Zeca Pagodinho e Martinho da Vila.
  3. Samba-Pagode – um dos ritmos dentro do samba que mais fazem sucesso, surgiu no Rio de Janeiro nos anos 70, com letras românticas e ritmo repetitivo, tem como principais representantes grupos como: Fundo de Quintal, Raça Negra, Só Pra Contrariar, entre outros.
  4. Samba-canção – com origem na década de 20 tem característica ritmo lento e letras românticas.
  5. Samba-carnavalesco – são as famosas marchinhas que embalavam os carnavais antigos e bailes típicos.
  6. Samba-exaltação – esse tipo de samba trazia um saudosismo com letras que mostravam as maravilhas brasileiras, junto com acompanhamento de orquestra.
  7. Samba-de-breque – tipo de samba que tem interrupções para comentários no meio da música, com temáticas críticas ou humorísticas.
  8. Samba de gafieira – com origem nos anos 40, tem ritmo rápido e forte com acompanhamento, muito comum em danças de salão.
  9. Sambalanço ou Samba Rock – Com influência do jazz o surgiu entre as décadas de 50 e 60 e embalou boates em São Paulo e Rio de Janeiro. Tem como principais representantes Jorge Ben Jor, Wilson Simonal e mais recentemente Seu Jorge.
  10. Samba praiano – A Academia de Samba Praiana foi criada em 10 de março de 1960, por um grupo de rapazes, oriundos das cidades de Pelotas, Rio Grande e também Porto Alegre.
  11. Samba-de-morro – é um sub-gênero musical do samba, criado e difundido na década de 1930, na cidade do Rio de Janeiro, por compositores que frequentavam as rodas de samba da Turma do Estácio. De ritmo vivo, o samba de morro é um estilo autenticamente popular, que costuma ser acompanhado por um pandeiro, um tamborim, uma cuíca e um surdo. Suas letras em geral tratam de temas diversos como malandragem, mulheres e o cotidiano nos morros e favelas cariocas.