Dezembro Laranja: Sociedade Brasileira de Dermatologia reforça conscientização sobre câncer de pele
03 dezembro 2024 às 12h06
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A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lança a campanha do Dezembro Laranja, voltada para conscientização acerca do câncer de pele. Representantes da Sociedade de Dermatologia colocam a doença como a mais comum, entre os diversos tipos de câncer, que acometem os brasileiros. A campanha também realiza ação específica neste sábado, dia sete de setembro: um mutirão de atendimento gratuito para o diagnóstico de casos de câncer, no Hospital das Clínicas da UFG.
Em entrevista ao Jornal Opção, o médico dermatologista e ex-presidente da SBD Goiás, Adriano Loyola, explica que os sinais mais comuns para os quais as pessoas devem ficar alerta são as feridas persistentes, pintas que mudam de formato ou espinhas que não cicatrizam. O especialista reforça a importância da observação desses sinais e o contato imediato com um dermatologista, caso algum deles surja. “Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o tratamento e a chance de sobrevida”, resumiu.
Muitas vezes o paciente pode subestimar o grau da ferida, por não ter tamanho relevante, mas isso pode retardar um diagnóstico e dificultar o tratamento. “Tem paciente que acha que é até picada de mosquito”, exemplifica. Caso a pessoa não perceba, com o passar dos dias, a regressão do machucado ou espinha, é importante o contato urgente com um médico especialista.
Segundo Loyola, são três os tipos de câncer de pele: o basocelular, tipo mais comum, o espinocelular, de menor incidência, e o melanoma, versão mais agressiva da doença.
O câncer basocelular, explica o dermatologista, “está altamente relacionado à exposição solar”. Pessoas com pele mais clara tendem a serem mais impactadas pela doença, o que reforça a importância de evitar o contato direto com o sol e reforçar o uso do protetor solar, caso a exposição seja necessária em horários de pico de calor.
Loyola destaca também o melanoma que normalmente se associa com pessoas com mais pintas, destacando predisposição genética. Nesse ponto, a exposição ao sol influencia menos. “Ele [melanoma] é mais comum no paciente que já tem muitas pintas e essas pintas alteram”, explica o especialista.
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Dados compilados pelo Ministério da Saúde mostram que, em 2020, 176.930 novos casos de câncer não melanoma foram descoberto no país, sendo 83.770 homens e 93.160 mulheres. No ano anterior, o Atlas de Mortalidade por Câncer trouxe informações sobre o número de óbitos: 1.488 homens e 1.128 mulheres vítimas desse câncer.
No câncer melanoma, ainda segundo dados compilados pelo Ministério, foram 8.450 novos casos, em 2020, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres. No ano anterior, foram 1.978 mortes causadas por esse tipo de câncer, sendo 1.159 homens e 819 mulheres, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer.
O coordenador local da campanha Dezembro Laranja, médico dermatologista Samir Pereira, traz o início do período de férias de verão como fator que exige cuidado. Para além da estação que torna o sol mais presente e intenso, as pessoas estão com mais tempo livre, se dedicando às atividades de lazer em praias, lagos, rios, e também aos esportes a céu aberto. A principal recomendação para esses contexto é o uso do protetor solar, “no mínimo de fator 30”, e sua reaplicação. “Caso você realize alguma atividade física que você transpire bastante, ou fique molhado, reaplique o protetor a cada duas horas”, alerta.
Tratamento e prevenção
Loyola traz alguns cuidados que podem ajudar na prevenção do câncer de pele. Além da aplicação do filtro solar, o especialista destaca o uso de filtros físicos, como camisas especiais que barram os raios solares, bonés, óculos de sol e chapéus. O ex-presidente da SBD também reforça a orientação de não ficar exposto ao Sol durante o período de maior calor, das 10h às 16h.
Sobre os tratamentos, a intervenção cirúrgica é a mais comum e recomendada e, em casos mais sérios, é possível conjugar a quimioterapia e radioterapia. Segundo Loyola, o câncer basocelular é mais fácil de tratar, enquanto o melanoma é mais agressivo, geralmente demandando tratamento além do cirúrgico. “Se ele [melanoma] for diagnosticado numa fase um pouco mais avançada, muitas vezes a sobrevida dele é de seis meses, ele é extremamente agressivo”, resumiu. “Vai depender do grau de comprometimento do organismo”, disse o dermatologista, que reforça a importância do diagnóstico precoce.
Por fim, ambos os dermatologistas reforçam aos cuidados básicos para a população e pedem para que, ao sinal de qualquer irregularidade na pele (sejam feridas que não fecham, pintas com volume ou novas marcas), procure ajuda médica.