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Na porta de entrada do Estádio Serra Dourada deveria ser construída uma estátua do compositor e cantor britânico Paul McCartney para lembrar que esteve aqui em 2013 há dez anos. Um ex-beatle, um cavaleiro da rainha. Quando anunciaram que viria fazer um show em Goiânia, achei que era mentira. Mas, quando foi confirmado, corri para comprar o ingresso.

O show foi em 7 de maio de 2013. Esta data é tão histórica quanto o 24 de outubro de 1933 ou o dia que Bartolomeu Bueno da Silva atravessou o Rio Paranaíba adentrando aquela terra que seria Goiás. Sim, Paul McCartney esteve entre nós. E ele está vivo, não é o Billy Shiears, o sósia que teria substituído o verdadeiro Paul, segundo a teoria maluca sobre sua suposta morte.

Paul McCartney e o louva-deus Harold: harmonia com a música e a natureza | Foto: Reprodução

Deu a hora de começar o show e aquele mundo de gente do lado de fora. Meu Deus, ele é inglês, vai começar o show em ponto. Mas o show atrasou um pouco e todo mundo pôde ver ao vivo e a cores aquela apresentação épica. Passa um filme na cabeça, os filmes dos Beatles, os shows que a gente viu pela televisão ou em VHS.

“Boa noite, goianos!” Um ex-beatle falou “goianos”! Foram mais de duas horas de show. Ele cantou músicas dos Beatles, do Wings, enfim, repassou naquele gramado do Serra Dourada o seu repertório musical. “Let it be”, “Hey Jude” ao vivo! Que noite maravilhosa. Ao meu lado, uma jovem disse: “Parece que estou no Olimpo”. De algum modo estava, afinal Paul, que os íntimos chamam assim, certamente é um primo distante de Zeus, o chefão da mitologia greco-universal.

Um louva-deus pousou no ombro do Paul e ele o chamou de “Harold”. Se fosse outro artista estrelinha teria espantado o pobre bichinho. Mas ele fez um gracejo. Parece que foi um sonho. Para não parecer um sonho, uma estátua deveria ser construída na porta do Serra Dourada. Paul McCartney tocando piano e rindo com o “Harold” no ombro seria a estátua ideal. Deixem a do Bandeirante em paz e pensemos nesta ideia (e podemos também, de quebra, homenagear o criador do ar-condicionado, que, como o criador da gilete, era um gênio).