Setor perdeu 350 empresas entre janeiro e agosto deste ano, segundo levantamento. Prefeitura reconhece acentuação de problemas, mas enumera esforços que buscam contornar perceptivas negativas

Polo comercial da capital desde a sua fundação, o Centro de Goiânia perdeu 350 empresas entre janeiro e agosto deste ano. A informação é da Associação Comercial e Industrial do Centro de Goiânia e Adjacências (ACIC), que nesta semana divulgou nota cobrando respostas do poder público.

De acordo com a entidade, empresas instaladas há décadas não só estão deixando a região, como estão encerrando as atividades de forma definitiva. Para o presidente da ACIC, Uilson Manzan, há uma soma de fatores que contribuem com o atual quadro.

“Existem as causas mais comuns, como a presença de moradores de rua, sensação de insegurança e a quantidade muito grande de ambulantes, mas principalmente a falta de políticas públicas para reocupar o centro”, afirma Uilson ao Jornal Opção.

Uma alternativa para solucionar seria, segundo a Associação, “o estabelecimento de uma política tributária específica e atrativa para a região com o objetivo de atrair investimentos”, diz a nota divulgada para a imprensa . “Alíquotas reduzidas de ISS, IPTU e outros tributos são a única forma de mudar a realidade do Setor”, diz o presidente, em nota.

A ACIC diz que, se não houver sensibilidade, o futuro da região está determinado, prevendo que o Centro pode vir a se tornar uma espécie de “vazio urbano”, termo utilizado para se referir a um local da cidade que não é utilizado conforme sua função social.  

O que diz a Prefeitura

Sobre os apontamentos, o líder interino da Secretaria de Planejamento Urbano e Habitação, Ariel Silveira, fala que desde 2017 a Prefeitura iniciou o programa “Reviva Goiânia”, que busca empenho em obras de infraestrutura e também de atrativos, como de renuncias fiscais. Apesar disso, o gestor reconhece as dificuldades da região, que segundo ele foram aceleradas em razão da pandemia.

“A atual gestão se deparou com uma situação similar às realidades das regiões centrais de grandes cidades brasileiras, processo de desocupação e abandono do centro da cidade”, destaca o secretário interino, explicando na sequência a dinâmica do programa “Reviva Goiânia”.

“O projeto prevê isenção tributária para construção de novos edifícios residenciais no centro de Goiânia, a não cobrança da outorga onerosa. Tivemos obras importantes como a restauração da estação ferroviária, a praça do trabalhador, revitalização da rua do lazer”, cita Ariel sobre as ações na região central.

“Nós estávamos em um processo de retomada e que foi prejudicado pelo momento de pandemia. Temos um compromisso de continuidade desse projeto, agora com reformulações para que a gente possa colaborar para a retomada das atividades econômicas do centro”, segue explicando o secretário interino, que promete entregar o projeto pavimentado para a continuidade da próxima gestão.