Nair Rodrigues, diretora de uma cooperativa, orienta que as máscaras devem ser descartadas com materiais perigosos, como lixo sanitário e vidros quebrados

Descarte de máscaras deve ser separado de lixo comum | Foto: Reprodução

Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou as pessoas a utilizarem máscaras para se protegerem da epidemia de coronavírus, o insumo tem sido amplamente adquirido pela população. Antes, reservado especialmente para profissionais da saúde, hoje, muitas pessoas comuns compram máscaras descartáveis nas farmácias e drogarias. Embora o Ministério da Saúde (MS) tenha aconselhado o uso de máscaras de pano para a população, para que não falte o insumo aos profissionais, não é incomum que muitas pessoas ainda recorram às descartáveis.

Com isso, tem aumentado também o lixo produzido por essas máscaras. Quando contaminadas, podem representar risco para trabalhadores que recebem materiais recicláveis. Por isso, Nair Rodrigues Vieira, diretora administrativa financeira de uma cooperativa de reciclagem nascida na Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Goiânia, orienta a população sobre a forma de descarte deste lixo.

“Hora que tirar as máscaras, coloque em uma sacolinha e junte ao lixo do banheiro. Nesse ninguém mexe. O coletor que traz o material para a cooperativa não pega no lixo perigoso. O que nós pegamos, nem chamamos de lixo, mas de matéria-prima. Máscara não se recicla”, recomenda Nair.

Ela conta que na cooperativa trabalham 22 funcionários. No entanto, sete estão afastados temporariamente por pertencerem ao grupo de risco da Covid-19. “A gente tem que ter medo, porque trabalhamos com materiais descartados pela sociedade. Não é todo mundo que vai ter o cuidado. Às vezes, a pessoa nem sabe que pode contaminar alguém lá na frente. Mas não trabalhamos sem uniforme, usamos luva, máscaras e botas”, conta a diretora administrativa.

“Também recebemos um kit da universidade [PUC], com água sanitária e um pulverizador para higienizar os materiais antes de iniciar o trabalho”, falou. “A gente [da cooperativa] não usa máscara descartável. Usamos de pano, lavamos com água sanitária e passamos. No entanto, as máscaras que são descartáveis devem ser descartadas com resíduos perigosos.”

Mas não são apenas as máscaras que devem ser descartadas separadamente. Nair explica que todo lixo perigoso deve estar separado do reciclável. “O reciclável deve ser descartado de um lado e o lixo perigoso do outro. Um vidro quebrado, junto com resíduos perigosos. Papel de banheiro, também. Essas máscaras devem ir junto com os papeis de banheiro”, informou.