“Desafio da rasteira” pode ocasionar em morte, garante neurocirurgião
13 fevereiro 2020 às 16h04
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Brincadeira que popularizou depois de vídeos compartilhados nas redes sociais pode causar fraturas, desmaios e até lesões neurológicas graves, explica médico do Hugo
A febre do “desafio da rasteira” ou “quebra-crânio”, como tem sido chamada, é uma brincadeira que tem ocorrido com frequência nas escolas entre crianças e adolescentes e se tornou viral na internet com diversas postagens de vídeos compartilhados nas redes sociais. No entanto, o desafio é violento e perigoso, e se tornou uma preocupação para pais, educadores e responsáveis por ambientes de lazer infanto-juvenil.
De acordo com o coordenador de neurocirurgia do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Valdemiro Cruz, a queda ocasionada pela brincadeira pode causar lesões neurológicas temporárias, sequelas severas ou até mesmo a morte. O desafio da rasteira consiste em duas pessoas pedirem a uma terceira para dar um pulo, quando esta está com as pernas no ar, as outras lhe dão pontapés afim de fazer com que a vítima caia.
“Esse impacto do crânio no chão pode causar fraturas simples, desmaios, lesões na coluna e até mesmo traumatismo craniano. Na coluna, há riscos de comprometer a medula espinhal, ocasionando um deficit definitivo no paciente. Nos casos mais graves podem ocorrer lesões neurológicas que podem ocasionar morte”, explica o médico.
Morte
Em novembro do ano passado, uma adolescente em Mossoró, no Rio Grande do Norte, morreu depois de participar da brincadeira. Emanuela Medeiros, de 16 anos, participou do desafio e, ao levar a rasteira, caiu com a cabeça no chão e sofreu traumatismo craniano. A direção do Colégio Estadual Antônio Fagundes chegou a levar a aluna para o Hospital Regional Tarcísio, mas ela não resistiu aos ferimentos e morreu.
Com a popularização do “desafio da rasteira” após ampla divulgação na redes sociais, a morte da adolescente ganhou atenção na mídia, alertando para os perigos que a brincadeira pode causar.