Deputados novatos que assinaram requerimento para criação de CPI podem ficar sem emendas

03 março 2023 às 20h50

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Deputados novatos que assinaram o requerimento de abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro não terão emendas parlamentares já neste ano. Segundo fontes em Brasília, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tinha prometido R$ 13 milhões em emendas a esses parlamentares, mas voltou atrás e quem apoiou a articulação da oposição deve ficar sem receber nada.
A ideia da CPMI seria identificar quem de fato planejou, executou e se omitiu em relação aos atos golpistas. Só que o governo federal foi contra e os deputados que assinaram o requerimento estariam sofrendo retaliação, principalmente aqueles que, em tese, comporiam a base do governo.
Dez dos 17 deputados federais goianos assinaram o requerimento: Célio Silveira (MDB), Daniel Agrobom (PL), Glaustin da Fokus (PSC), Gustavo Gayer (PL), José Nelto (PP), Magda Mofatto (PL), Marussa Boldrin (MDB), Professor Alcides (PL), Silvye Alves (UB) e Zacharias Calil (UB). Desses, quatro são novatos: Daniel, Gustavo, Marussa e Silvye.
Em Brasília, a equipe política do governo Lula já tinha dado sinal verde ao pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para que todos os 218 parlamentares que acabaram em Brasília já tivessem o direito a carimbar emendas no primeiro ano de mandato.
No entanto, deputados ouvidos pelo Jornal Opção negam que tenham sofrido qualquer tipo de retaliação. A deputada Marussa Boldrin (MDB) confirmou que não recebeu emendas neste ano, mas, segundo ela, o motivo foi outro: “Sou nova na casa”, lembrou.
Quem também confirmou essa versão foi o deputado Daniel Agrobom (PL). “As emendas impositivas dos deputados novatos só chegarão no final do ano. Até lá, vamos trabalhando com algumas extras, emendas de bancada e recurso direto dos ministérios”, explicou.