Alexandre Baldy, que pleiteava o cargo de presidente, disse que ficou uma mágoa entre os parlamentares depois que sua candidatura foi retirada

Deputados federais tucanos Alexandre Baldy, Waldir Soares, Célio Silveira, João Campos, Vecci e Fábio de Sousa | Foto: montagem
Deputados federais tucanos Alexandre Baldy, Waldir Soares, Célio Silveira, João Campos, Vecci e Fábio Sousa | Foto: montagem

O “empurra-empurra” do cargo de vice-presidência do PSDB nacional continua. Com chapa única, o presidente aclamado no último domingo (14), Afrêni Gonçalves, disse que aguardaria a bancada federal indicar um vice para o cargo. No dia do evento, na Assembleia Legislativa de Goiás, o deputado federal João Campos, que estava na lista para ser o vice do ex-deputado estadual, rejeitou o cargo em discurso no palco.

O deputado Waldir Soares informou ao Jornal Opção Online que conversou com todos os seus colegas de bancada e que nenhum deles têm interesse em ser vice. “Não é questão de mágoa, mas veja bem: eu tive 274,6 votos; o Alexandre Baldy teve 107,5 mil. Não vou ser vice de partido. Os deputados federais tem posição de comando, não de coadjuvante.”

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A intenção de Baldy em ser presidente do partido foi divulgada por ele mesmo com antecedência. Teve apoio de uns, e rejeição de outros, como por exemplo o antigo presidente Paulo de Jesus. O discurso do momento era de que não seria bom para a legenda ter um presidente com mandato, com a justificativa que o deputado não teria tempo para gerir a legenda, ou que poderia “roubar o holofote” para si.

Waldir usou esse argumento como mais um motivo para os deputados não serem vice do diretório. “Não disseram que os deputados não teriam tempo?”, questionou.

O parlamentar afirmou, ainda, que nenhum deles quer confrontar o tucano chefe, o governador Marconi Perillo. O delegado repetiu o que disse no domingo quando assegurou que Marconi deveria decidir o nome e indicar o vice. “O governador pode indicar”, disse, ao pontuar que é pré-candidato a prefeito de Goiânia.

Fábio Sousa chamou de “impensável” colocar um deputado federal como vice em um diretório estadual . “Na verdade, nem acho que esse assunto mereça conversa entre os deputados, para tentar decidir o novo vice-presidente de Afrêni. O partido está livre para escolher outra pessoa. Pode deixar o Afrêni conduzir isso com o João Meirelles, Sérgio Cardoso.”

O deputado federal, que até ano passado ocupava a Assembleia Legislativa como líder do governo, disse que não vê nenhum dos colegas interessados no cargo. Dizendo ter conversado com os outros parlamentares, Fábio explicou que o único que ainda poderia querer é Célio Silveira.

Alexandre Baldy, que tentou se viabilizar como presidente do PSDB goiano, disse em entrevista que ninguém entrou em contato para pedir que ele ocupe o cargo de vice. “Você viu o que aconteceu. Acredito que tenha até certa reserva em tocar nesse assunto. Não é problema de vaidade, mas é natural uma certa dificuldade depois do que ocorreu”, disse.

O deputado federal afirma que esteve com o governador na última segunda-feira (15), mas que o tucano chefe não falou em nada relacionado à vice-presidência do PSDB.

Questionado se ficou mágoa depois que foi tirado da disputa, Baldy garante que sim, não so por parte dele, mas de toda a bancada federal. Segundo o tucano, o desejo de ser presidente não era pessoal, mas de todo o grupo da Câmara Federal. “Não queria ser presidente no início. Fui porque a bancada entendeu que era positivo para nós. Foi uma derrota de toda a bancada, não só minha”, disse.

Célio, por sua vez, disse ao Jornal Opção Online não ter interesse algum no cargo. O parlamentar alega estar ocupado com as articulações relativas às eleições de 2016. Célio apoio Marcelo Melo para Prefeitura de Luziânia. Sobre o diretório, o deputado joga a bola para Giuseppe Vecci. “Acho que ele quer”, garante.

O Jornal Opção Online tentou contato com Vecci e João Campos, mas as ligações não foram atendidas.

E o PSDB nacional?

Quando se fala na indicação para cargos no diretório nacional do PSDB, a história muda. A bancada federal deverá indicar três cargos, sendo um deles o de vice-presidente. O delegado Waldir disse no domingo (14) que foi indicado pelos colegas para o cargo de vice. Fábio Sousa, por sua vez, desmentiu. “Não, não. Não teve indicação ainda não.” Segundo o parlamentar, também existe a intenção em ocupar o cargo por parte dele e Vecci.

Célio, entretanto, disse que concedeu apoio a Waldir, que pediu sua indicação. O deputado federal garantiu que existe uma reunião marcada para esta quarta-feira (17), quando a bancada tucana de Goiás deve decidir questões relativas ao diretório estadual e nacional.

Alexandre Baldy disse que ainda não pensou sobre o assunto e que não sabe ao certo se tem interesse de ocupar um cargo no diretório nacional. Conforme o tucano, terá que ver antes a estrutura e especificamente qual cadeira está disponível.