Deputados federais preferem renúncia de Cunha a impeachment de Dilma
21 dezembro 2015 às 12h15

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Levantamento mostra que impedimento da presidente não é pauta prioritária. 318 parlamentares querem a saída do peemedebista, ante 215 contra a petista

A maioria absoluta dos deputados federais diz querer a saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara. É o que mostra um levantamento feito pelo Datafolha, divulgado nesta segunda-feira (21/12), na Folha de S. Paulo.
De acordo com o instituto, cerca de 318 parlamentares são favoráveis à renúncia do peemedebista — 62% do total. Outros 60% (308 deputados) garantiram que votariam a favor, caso um eventual processo de cassação de Cunha chegue ao plenário da Casa.
Os números são bem superiores a de um possível processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Favoráveis na pesquisa somam 215 votos, cerca de 42% do total. A quantidade não é, tampouco, suficiente para admissão da ação, já que é necessária maioria qualificada: dois terços do total de parlamentares (342 votos).
Realizado entre os dias 7 e 18 de dezembro de 2015, o levantamento destaca o alto índice de indecisos: 27% dos deputados federais (cerca de 138) ainda não definiram posicionamento (ou não quiseram revelar).
Por outro lado, 159 parlamentares, 31%, afirmaram ser contra o processo de impeachment. Para que Dilma tenha tranquilidade, é preciso que o governo bata a marca de 171 votos.
Embasamento
O processo contra o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, será aberto na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar após ele ser acusado de ter recebido 5 milhões de dólares no esquema de corrupção na Petrobras, além de mais de 50 milhões de uma empreitera e ter contas secretas no exterior (tendo mentido sobre isso na CPI da Petrobras).
Já o processo aceito na Câmara contra a presidente Dilma está embasado, principalmente, nas chamadas “pedaladas fiscais”.
Goiás
Dos 17 deputados federais goianos, apenas o líder da bancada, Jovair Arantes (PTB), tem se posicionado favorável à manutenção de Cunha na presidência da Câmara. Forte aliado do peemedebista, o petebista chegou até ser citado como possível sucessor no comando.