Valcenôr afirmou que saída foi motivada pelo afastamento de Daniel Messac e Victor Priori da Assembleia. Colegas de partido, todavia, apresentaram outras razões

Deputado estadual Valcenor Braz | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Deputado estadual Valcenor Braz | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Com a volta do deputado estadual Valcenôr Braz para a Assembleia Legislativa, o PTB passa a não ter nenhum cargo no primeiro escalão do governo Marconi Perillo (PSDB). Valcenôr ocupava a Secretaria Extraordinária para Assuntos do Entorno do Distrito Federal, que agora está nas mãos do ex-secretário da Saúde Antônio Faleiros.

O presidente estadual do PTB, Jovair Arantes, já divulgou ao longo do ano, por diversas vezes, sua insatisfação quanto à disposição dos cargos — os quais o PTB foi pouco privilegiado. Sem cargo no primeiro escalão, a segunda maior bancada da base na Assembleia desconversa possível aumento de desgaste entre o governador e o PTB.

O próprio Valcenôr remete sua saída aos afastamentos de Daniel Messac (acusado pelo Ministério Público de contratação de servidores fantasmas) e Victor Priori. “O outro suplente não poderia assumir porque não havia mais prazo. Foi por isso que voltei, para não deixar mais espaço vago na Assembleia”, assegurou deputado. O tucano garantiu ainda que não houve problema entre o PTB e o PSDB, e que apoio permanece.

Marlúcio Pereira foi evasivo e não quis dizer motivos. Disse apenas que não ocorreu problema algum para a saída do PTB do cargo. Sobre a fusão PTB-DEM, o deputado mantém o posicionamento: se ocorrer de fato, sai da nova legenda, mas, antes, irá conversar com o governador para decidir o melhor lugar para ficar. O apoio ao tucano chefe, sem dúvida, continua.

Líder do PTB, o deputado Zé Antônio explicou que para ele, Valcenôr afirmou que não queria mais ficar na secretaria. O motivo, ele não sabe. “Mas ficamos felizes. É ótimo ter ele, com toda a experiência, aqui conosco.” O líder explica que o PTB pode não estar no primeiro escalão, mas possui espaço em diretorias e superintendências — sem saber, ao certo, quais. Junto com Jovair, a intenção é buscar ampliar os cargos do PTB no governo de Marconi Perillo. Mas a relação e o apoio constante ao governador, conforme o petebista, permanece firme.

Defensor do governador na Casa, Talles Barreto respondeu ao questionamento sobre o espaço do PTB no governo de forma simples: “Eu não vejo desespero. Quando o governador tiver cargo para o partido, ele vai encaminhar. A decisão da saída do Valcenôr foi decisão do governador. Não devemos entrar nesse mérito.” Assim como o próprio petebista disse, a ajuda ao tucano chefe vai além de alianças políticas. “É por convicção.”