Deputado Humberto Aidar afirma que vice-prefeito de Goiânia deveria renunciar
11 novembro 2015 às 19h03

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Petista vê inconsistência no fato de Agenor Mariano criticar o prefeito Paulo Garcia (PT) e o PMDB continuar com cargos na prefeitura. “Esse casamento já acabou”

Irritado com as novas críticas feitas pelo vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), à gestão do prefeito Paulo Garcia (PT), o deputado estadual Humberto Aidar disse em entrevista ao Jornal Opção na tarde desta quarta-feira (11/11) que o vice-prefeito deveria renunciar ao cargo e ir para a oposição. “O Agenor tem que ter coragem e entregar os cargos, ir para as trincheiras da oposição. Aí sim ganharia com a sociedade”, disse.
A relação entre PT e PMDB há tempos está abalada. Atualmente, Agenor tem feito diversas críticas contra o prefeito petista, sendo a última em relação ao projeto que visa aumentar em até 25% o IPTU e ITU na capital em 2016. Humberto comenta que críticas de Agenor já não são novidades, pontuando que ocasionalmente o peemedebista se volta contra a administração municipal. “Eu penso que essa parceria já morreu há algum tempo e o prefeito tem que tomar alguma decisão.”
Humberto afirma que o PMDB continua com cargos e secretarias no município, enquanto por outro lado ataca a gestão. “Esse casamento já acabou. É como marido que bate em mulher e a mulher continua acreditando que amanhã será diferente. Todas essas experiências terminam em tragédia.”
Para o petista, dizer que Agenor falou de forma pessoal é uma inverdade. Conforme o deputado, o PMDB utiliza o vice-prefeito para criticar Paulo Garcia e em seguida diz que é um posicionamento pessoal de Agenor. “Ele representa o PMDB. Afinal, é o vice-prefeito.”
O cenário das eleições de 2016 também influenciam nesta postura do PMDB, conforme Humberto. O deputado garante que para os peemedebistas, Iris Rezende é um candidato imbatível e a legenda acredita que vencerá facilmente as eleições do ano que vem.
Desta forma, Humberto afirma que o PMDB tem como estratégia aguardar o pleito do próximo ano e seguir um dos caminhos possíveis: caso Paulo Garcia termine a gestão com uma boa avaliação, o partido irá oferecer um cargo de vice. “Mas se mantiver como está hoje, o PT é leproso aos olhos desses que mandam no PMDB”, disse o deputado.
Segundo Humberto, é importante que o PT lance um candidato à Prefeitura de Goiânia. De acordo com ele, se um partido que administra uma cidade não lança candidato “é o mesmo que um atestado de incompetência”.
O deputado afirmou ainda que Paulo Garcia tem “apanhado constantemente de Agenor”, e que a relação entre os gestores já não é boa. Conforme parlamentar, as críticas que chegam ao público são uma pequena parte do que é dito pelo vice-prefeito que, segundo o deputado, é um crítico ferrenho da administração.
“Ele pega essas oportunidades de matérias polêmicas para ganhar com a sociedade e desgastar a prefeitura. Mas eu não o culpo. Ele fala em nome do Iris. Interlocutores falam pessoalmente para a gente, mas não têm coragem de explicitar que hoje o PT não é uma boa companhia. Ainda assim eles continuam nas tetas do governo municipal”, pontuou.
“Por enquanto, posicionamento do Agenor é pessoal”

O presidente metropolitano do PMDB, deputado estadual Bruno Peixoto, disse em entrevista no plenário da Assembleia nesta quarta-feira (11) que as críticas de Agenor Mariano, em uma primeiro momento, são pessoais. “É uma crítica do Agenor, que é integrante da Executiva do partido à nível municipal. Na próxima semana, vamos reunir a Executiva para deliberarmos sobre esse assunto”, disse.
Já o deputado José Nelto (PMDB) afirmou que o vice-prefeito fez críticas construtivas que visam defender a sociedade e que o vice-prefeito tem o apoio do partido. “Agenor já criticou o prefeito a pedido da liderança do PMDB. Agora, voltou a criticar e com razão. O prefeito não está pensando na população ao aumentar o IPTU.”