O deputado federal Gustavo Gayer informou ter entrado com uma queixa-crime contra o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da presidência da República (GSI) por ele ter, supostamente, ordenado uma adulteração em relatório oficial enviado ao Congresso Nacional com alertas sobre os ataques de 8 de janeiro. Segundo o parlamentar, Dias “fraudou esses documentos simplesmente para parecer que não foi avisado sobre esses riscos”. Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), responsável pelo envio do relatório, nega.

Foram apresentados cinco requerimentos para que Cunha comparecesse à CPMI do 8 de Janeiro. O deputado Ramagem (PL-RJ), dono de um dos requerimentos, lembrou que, conforme amplamente noticiado pela imprensa, a Abin emitiu vários alertas sobre os riscos de depredação e invasão a prédios públicos.

O ex-diretor-adjunto, que prestou depoimento à CPMI nesta terça-feira, 1º, relatou aos parlamentares que a agência de inteligência está subordinada ao GSI e quem determina o que será divulgado às autoridades competentes, é o ministro do GSI. Questionado sobre uma possível adulteração dos dados de dois relatórios, o ex-diretor foi enfático em responder. “Eu não adulterei nada nesses relatórios, todas as informações quem determina é o ministro do GSI”, disse cunha, em depoimento à senadora Eliziane Gama, do PSD.

Porém, para Gustavo Gayer, ficou evidente ter havido adulteração. “Esse cidadão já facilitou a invasão da Assembleia Legislativa da Bahia, por terroristas armados que usaram mulheres e crianças como escudo, e por esse motivo foi jogado no porão do exército, sendo tirado de lá e promovido a general pelo Partido dos Trabalhadores”, acusou.

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