Depois de apoiar a reforma tributária, Tarcísio é hostilizado em reunião do PL; até por Bolsonaro

06 julho 2023 às 16h03


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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrentou hostilidades nesta quinta-feira, 6, em uma reunião do PL, partido de Jair Bolsonaro, após costurar um acordo com o governo Lula para aprovar a reforma tributária. Ele é ex-ministro da gestão passada e considerado herdeiro na política da extrema direita após a inelegibilidade do ex-presidente.
Relatos da reunião do PL indicam que Tarcísio foi interrompido várias vezes pelo deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP). O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, precisou intervir. Bolsonaro, por sua vez, expressou seu descontentamento com seu afilhado político, afirmando durante o encontro que Tarcísio não possui experiência política. O ex-presidente também interrompeu o governador.
Apesar das tensões e algumas vaias, Tarcísio foi aplaudido posteriormente ao defender que a reforma deve ser um projeto do Estado, e não apenas do governo. Ele também agradou ao mencionar que não defende a votação imediata do texto.
Na quarta, 5, após se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Tarcísio decidiu manifestar apoio ao texto da reforma tributária – que conta com a oposição de Bolsonaro como uma das vozes principais.
Essa movimentação do governador, que solicitou apenas alguns ajustes no texto, irritou o PL e as figuras mais leais ao ex-presidente. De acordo com Roseann Kennedy, colunista do Estadão, Bolsonaro está tentando transformar o embate em torno da reforma tributária na nova guerra entre oposição e governo.
“A gente tem falado que a espinha dorsal da reforma – a tributação sobre base ampla, o princípio do destino, que é fundamental, a transição federativa – sempre teve a concordância de São Paulo. O que a gente sempre ponderou foram questões pontuais, ou seja, a gente concorda com 95% da reforma”, afirmou Tarcísio.
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