A situação do general Paulo Sérgio Nogueira, último ministro da Defesa durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), ficou ainda mais complicada com o depoimento do colega general Freire Gomes. No vídeo da investigação sobre a reunião ministerial de julho de 2022, Nogueira expôs desconfianças ao sistema eleitoral brasileiro.

A informação, publicada em primeira mão pela colunista do Jornal O GLobo, Bela Megale, revela que a trama golpista foi abordada em outra oportunidade, além da reunião ministerial.

Freire Gomes depôs à PF e respondeu todas as perguntas, na condição de investigado, ao contrário de Nogueira, que ficou em silêncio durante o depoimento. Na oitiva, Gomes expôs a cadeia de comando entre ele e Paulo Sérgio, a quem os comandantes das Forças Armadas eram subordinados.

Paulo Sérgio já foi citado no depoimento do hacker Walter Delgatti Neto à CPMI dos Atos Golpistas. Ele teria recepcionado em reunião para orientar a invasão das urnas eletrônicas em agosto de 2022. Eles tiveram ao menos cinco encontros no Ministério da Defesa para conversar com técnicos da pasta e, o resultado destes encontros serviu para a formalização de um relatório das Forças Armadas referente a fiscalização de urnas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

PF já tem data para finalizar inquérito

Além da tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de órdens Mauro Cid estão envolvidos em outras duas investigações: falsificação de documentos e entrada ilegal de joias sauditas no País. A finalização do inquérito e, consequentemente o indiciamento de Bolsonaro deve ocorrer ainda nesta quinzena de março.

No entanto, a investigação sobre o golpe de Estado pode levar um pouco mais de tempo para ganhar corpo. Advogados de defesa do ex-presidente avaliam que a fase de indiciamento pode ocorrer até o meio do ano.

Leia também:

Ao impedir o golpe de Estado, o general Freire Gomes deve ser tratado como herói da República

Militares da ativa pressionaram comandante do Exército a participar de golpe, diz PF