Documento anexado ao acordo de delação premiada da empreiteira aponta que empresa usou verbas para conseguir contratos em 12 países 

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou, em documento divulgado nesta quinta-feira (21/12), a construtora Odebrecht de pagar cerca de US$ 788 milhões em propinas em 12 países. Convertidos, considerando o câmbio atual, os valores ultrapassam R$ 2,6 bihões.

Deste total, que não considera as propinas da Braskem, petroleira da companhia, US$ 439 milhões teriam sido pagos no exterior e US$ 349 milhões no Brasil. Elas se referem a mais de 100 projetos na Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela.

Segundo o DOJ, os contratos obtidos pela Odebrecht teriam rendido R$ 12 bilhões para a empresa. Um dos maiores pagamentos, de aproximadamente US$ 98 milhões, foi para funcionários do governo da Venezuela.

Os dados foram divulgados em um documento chamado “informações Odebrecht”, encaminhado para a Procuradoria Geral da República (PGR), e fazem parte das negociações do acordo de delação premiada dos funcionários da empreiteira.

Assinam os levantamentos o procurador de Justiça Robert L. Capers e o chefe da Seção de Fraude da Divisão Criminal do Departamento de Justiça.