A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a solicitar, nesta segunda-feira, 15, autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele deixe a prisão e realize uma cirurgia considerada urgente. O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes e inclui também a conversão da pena em prisão domiciliar.

A nova petição foi protocolada um dia após Bolsonaro passar por exame de ultrassom na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Segundo os advogados, o exame confirmou a existência de duas hérnias inguinais, o que exigiria intervenção cirúrgica imediata.

De acordo com a defesa, o médico que acompanha Bolsonaro, Cláudio Birolini, elaborou novo relatório médico reiterando a necessidade de cirurgia de herniorrafia inguinal bilateral, com internação hospitalar, anestesia geral e permanência estimada entre cinco e sete dias. Os advogados sustentam que o procedimento não pode ser adiado sem risco de agravamento do quadro clínico.

O pedido reforça solicitação apresentada na semana passada, ainda pendente de análise. Moraes determinou, antes de decidir, que Bolsonaro seja submetido a perícia médica oficial, a ser realizada pela Polícia Federal no prazo de até 15 dias. Segundo o ministro, os exames apresentados até agora são antigos e não indicavam, à época, urgência cirúrgica.

Bolsonaro está preso desde 22 de novembro, na sede da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão após condenação por tentativa de golpe de Estado.

Prisão domiciliar humanitária

Além da autorização para a cirurgia, a defesa pede a concessão de prisão domiciliar humanitária. Os advogados alegam que a manutenção do ex-presidente no sistema prisional é incompatível com o atual estado de saúde e que a demora no procedimento cirúrgico pode resultar em complicações graves e internação emergencial.

A hérnia inguinal ocorre quando parte do intestino ou do tecido abdominal atravessa a parede muscular da região da virilha, formando uma protuberância. Sem tratamento cirúrgico, o quadro pode evoluir para complicações mais severas.

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