Médica e secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, ela obteve, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o direito de permanecer em silêncio caso seja questionada acerca da crise de falta de oxigênio nas UTIs de Manaus

A próxima a ser ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, nesta terça-feira, 25, a partir das nove horas da manhã, será a médica e secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Assim como o general Eduardo Pazuello, a secretária responde a uma ação de improbidade administrativa apresentada pelo Ministério Público Federal no Amazonas, que apura atos e omissões dos governos Federal e Estadual no colapso do sistema público de saúde da capital entre o fim de 2020 e o início de 2021.
Na última sexta-feira, 21, no entanto, Mayra conseguiu o direito de permanecer em silêncio caso seja questionada acerca da crise de falta de oxigênio nas UTIs de Manaus. O habeas corpus preventivo foi obtido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). A secretária já havia solicitado o direito de permanecer em silencio na CPI, mas em primeira decisão, o ministro Lewandowski rejeitou.
O que se deseja ouvir de Mayra?
A convocação da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde partiu dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Rogério Carvalho (PT-SE) e do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). Como justificativa, os parlamentares afirmam terem solicitado o depoimento de Mayra por ela ter se destacado como defensora do “tratamento precoce”, que utiliza medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus.
Os senadores também se mostram interessados em mais informações acerca da aquisição e da distribuição de cloroquina pelo Ministério da Saúde e, especificamente, para Manaus e o restante do estado do Amazonas.
Em conjunto, a secretária deverá fornecer explicações acerca do aplicativo TrateCov, plataforma desenvolvida pelo Ministério da Saúde, que recomendou o uso de cloroquina para o combate à Covid-19. Durante seu depoimento, o ex-ministro Eduardo Pazuello afirmou que a ideia original partiu de Mayra, mas que o programa não chegou a ser oficialmente lançado, após ser “hackeado” ainda em fase de desenvolvimento.
A explicação, entretanto, não convenceu os senadores. Eduardo Braga (MDB-AM), Rogério Carvalho (PT-SE) e Omar Aziz (PSD-AM), durante o depoimento de Pazuello, chegaram a lembrar que o sistema chegou a ser lançado e divulgado em meios de comunicação oficiais do governo.
Questões acerca do isolamento social, vacinação, postura do Governo e omissão de dados também devem ser abordados pelos membros da CPI durante o depoimento da secretária Mayra.
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