“Decreto de prisão é afrontosamente ilegal e inconstitucional”, diz Kakay sobre João de Deus

26 dezembro 2018 às 14h03

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Advogado criminalista diz ter bastante convicção de que conseguirá transferir o médium para prisão domiciliar

O advogado criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, assumiu a frente das tentativas de colocar o médium João de Deus em liberdade. Ele explica que o responsável pela causa continua sendo o advogado Alberto Toron que o procurou para ajudar na pedido de prisão domiciliar de João Teixeira.
Em entrevista ao Jornal Opção, o advogado diz que, para conseguir o feito, trabalha na contestação de três pontos principais do decreto de prisão do médium: o clamor público, a denúncia de uma possível ameaça além da movimentação de R$ 35 milhões na conta de João.
“É obvio que qualquer país que tem um Poder Judiciário independente não pode aceitar o argumento do clamor público, porque se não, bastaria ter a televisão contra uma pessoa para ela ser presa. O segundo ponto seria uma possível ameaça, que na verdade não é relatada ameaça. Outro argumento, no meu ponto de vista, foi uma indução do juiz ao erro, ao dizer que teria movimentado R$ 35 milhões como se ele quisesse fugir. Ele tirou uma quantia “x” infinitamente menor para poder fazer jus a um pagamento específico que ele tinha que fazer”, rebateu.
De acordo com Kakay, o processo deve ser encaminhado ainda nesta quarta-feira, 26, à procuradora-geral da República, Raquel Dodge. “Quero ver se consigo com a Dra. Raquel para que volte (o processo) o mais rápido possível para que a gente possa imediatamente conseguir essa liminar para a liberdade dele”, planeja.
O advogado afirma que tem bastante convicção de que irá conseguir a liberdade de João de Deus. “Começar o processo com a prisão é uma inversão absoluta dos valores constitucionais. Eu tenho bastante convicção que nós vamos conseguir a liberdade, e nem estamos pedindo uma liberdade plena, estamos pedindo a prisão domiciliar até pela condição de saúde dele”, finaliza.