Decisão do TJ-GO determina que 80% dos profissionais da saúde da prefeitura voltem ao trabalho

26 junho 2014 às 11h41

COMPARTILHAR
Antes da decisão, o percentual de funcionamento era de 30%. Representantes dos sindicatos informaram que ainda não foram notificados sobre a determinação da Justiça
Apesar de indícios de negociações com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS), a partir de reunião com o secretario Fernando Machado, o movimento grevista segue sem previsão de término. Nessa quarta-feira (25/6) o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) determinou que 80% dos trabalhadores da saúde continuem trabalhando durante o movimento grevista.
No entanto, o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde), juntamente com as entidades que compõem o comando de greve, informaram que até o final da manhã desta quinta-feira (26/6) ainda não haviam sido notificados sobre a determinação.
Antes da decisão judicial, o percentual era de 30%, com exceção das unidades de urgência e emergência, que deveriam continuar funcionando com 100% da sua capacidade. O descumprimento da determinação judicial poderá acarretar multa diária de R$ 5 mil.
O juiz substituto em segundo grau, e relator da liminar, Marcus da Costa Ferreira, disse que a manutenção de apenas 30% do funcionamento era “nitidamente insuficiente à continuidade do serviço, o que evidencia sua ilegalidade, especialmente dadas às consequências dela advindas”.

Na última terça-feira (24/6) os representantes sindicais dos profissionais da saúde de Goiânia se reuniram na sede da SMS com o secretário Fernando Machado. Os representantes entregaram a pauta de reivindicações da greve e o secretário prometeu levá-la ao prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), nessa quarta-feira (25). A intenção era para procurar uma possível negociação para o fim do movimento grevista. No entanto, até no momento da publicação da reportagem, o secretário não havia se reunido com o petista.
O presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado de Goiás (Soego), José Augusto Milhomem, disse ao Jornal Opção Online que os sindicalistas esperavam o cumprimento da promessa por parte de Fernando Machado. “Iriamos nos reunir novamente com ele na tarde de hoje para negociarmos, mas o secretário não se reuniu com Paulo Garcia, e ainda não recebemos nenhum parecer por parte da SMS”, finalizou.
De acordo com Fernando Machado, a decisão do TJ-GO será enviada a todos os gestores e a secretaria vai acompanhar o cumprimento da liminar. “As negociações continuam abertas com os sindicatos e esperamos que a paralisação chegue ao fim o mais breve possível”, salientou.
A secretária jurídica do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (SIEG), Luzinéia Vieira, disse à reportagem que enquanto não receberem a notificação da determinação a greve continua normalmente. “O movimento continua e já marcamos uma assembleia para a próxima terça-feira (1º/7) para analisarmos a greve e tomarmos um rumo”, disse.
A greve da saúde no município já dura 15 dias. Na manhã desta quinta-feira o grupo que está paralisado se reuniu no Centro de Atendimento Integral da Saúde (Cais) do Bairro Goiá, região oeste da capital, e segundo o Sindisaúde, 150 profissionais da saúde estiveram na unidade de saúde. A intenção das reuniões é fortalecer o movimento grevista. Nessa sexta-feira (27) a reunião será no Cais de Campinas.