Candidato a presidente do diretório estadual, o deputado federal conta sobre acordo que teria sido descumprido por iristas em uma tentativa de lhe inviabilizar

Foto: André Costa
Daniel Vilela: “Ficou claro que não me aceitavam como presidente. Não adianta tapar o sol com a peneira. Pode ser qualquer um, menos eu”| Foto: André Costa

A disputa pela presidência do diretório estadual do PMDB tem rendido intensa disputa interna entre os peemedebistas interessados no cargo.

As eleições, que ocorreriam no último dia 29, foram canceladas pela Justiça após ação proposta pelo ex-deputado José Essado, sob a alegação de que não havia sido publicado no Diário Oficial do Estado o chamamento das eleições.

Enquanto isso, o diretório, antes ocupado por Samuel Belchior, permanece sem presidente.

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Em entrevista ao Jornal Opção, na tarde da última segunda-feira (23/11), o candidato à presidência do diretório garante estar otimista com as eleições. “Aqueles que tiveram suas vontades contrariadas dizem que eu enfraqueci dentro do partido, mas tenho um feedback que mostra o contrário. Saí fortalecido da disputa”, garante.

No PMDB, o pleito funciona da seguinte forma: formam-se as chapas. Assim que uma é eleita, a que ficou em segundo lugar, se obteve mais de 20% dos votos, tem direito de incluir na chapa vencedora a quantidade de integrantes proporcional ao número de votos que obteve. Os nomes eleitos votam, então, no nome da diretoria.

Segundo Daniel, houve uma manobra de Samuel Belchior para derrotá-lo. O ex-deputado teria convocado o filho de Maguito Vilela para uma reunião junto com o ex-deputado federal Sandro Mabel e o deputado estadual José Nelto, para que fosse composta uma chapa única, com o objetivo de evitar disputa interna. Todos concordaram e a chapa foi formada. “Aí, no dia das eleições, o Samuel me liga para ir lá porque apresentaram outra chapa. Como se ele não soubesse que essa outra chapa já estava montada”, revela Daniel.

Para o parlamentar, depois do acordo e da chapa montada, o grupo percebeu que ele ganharia a presidência da legenda, por isso descumpriram o acordado e montaram uma nova chapa para tentar enfraquecê-lo.

Com a entrada de novo grupo na disputa, Daniel percebeu que a segunda chapa montada, embora não conseguisse derrotá-lo, teriam pelo menos 30% dos votos — e que, consequentemente, o obrigaria a incluir 30% da chapa perdedora dentro de sua chapa — montada previamente.

Se a manobra prosperasse, quem perderia a eleição seria Daniel. Isso porque como houve acordo para a formação de uma chapa única, o grupo no qual Daniel estava incluído era mesclado com iristas e não iristas. Se 30% do novo grupo entrasse na chapa de Daniel e José Nelto, haveria mais iristas e Daniel perderia as eleições. “Por isso que José Nelto não recuou e queria, sim, as eleições”, completa ele.

“Ficou claro que não me aceitavam como presidente”
Deputado Daniel Vilela se diz confiante para a eleição | Foto: André Costa
Deputado Daniel Vilela se diz confiante para a eleição | Foto: André Costa

Para Daniel, a manobra que ele sugere ter sido orquestrada por Samuel Belchior, foi prova de que o grupo não o aceita como presidente. “Ficou claro isso. Não adianta tapar o sol com a peneira. Pode ser qualquer um, menos eu”, disse, pontuando que posteriormente José Nelto acabou sendo vetado também.

Irritado com a situação, o deputado estadual ainda desferiu alguns ataques contra o ex-presidente do PMDB. “Com todo o respeito que tenho pelo Samuel, mas ele está tentando encontrar uma saída para a forma frustrante que acabou o mandato. Talvez até para dar satisfação para algumas pessoas”, elucubrou Daniel.

Durante as conversações, o filho de Maguito Vilela afirmou que houve uma proposta por parte de Belchior para que o deputado retirasse sua candidatura para que Iris Rezende fosse  o presidente.

No entanto, Daniel negou-se a sair do pleito, frisando que já havia avançado nas conversações e feito diversos compromissos com os prefeitos e lideranças das cidades do interior do Estado.

A escolha do presidente da comissão provisória continua em aberto, aguardando a avaliação do presidente nacional e vice-presidente da República, Michel Temer.

Para Daniel Vilela, um deputado federal tem mais peso nesta escolha, entretanto confirma o consenso em torno do nome do ex-prefeito de Catalão, Adib Elias. “Ele une, mas o problema não é ele, e sim o restante da composição”, arrematou.