Cunha recebeu propina por meio da Igreja Assembleia de Deus, diz PGR
21 agosto 2015 às 09h58

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Lobista teria feito pagamento ao deputado por meio de dois depósitos na conta da igreja evangélica no dia 31 de agosto de 2012
O presidente da Câmara Federal, o deputado Eduardo Cunha (PMDB) teria recebido R$ 250 mil em propinas, no esquema de fraudes da Petrobras, por meio da Igreja Assembleia de Deus. A acusação consta na denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República (PGR), na última quinta-feira (21/8).
Conforme consta na denúncia, Fernando Soares teria orientado o lobista Júlio Camargo para que ele efetuasse o pagamento a Cunha por meio de dois depósitos feitos na conta da igreja evangélica no dia 31 de agosto de 2012.
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“É notória a vinculação de Eduardo Cunha com a referida igreja. O diretor da referida igreja perante a Receita Federal é Samuel Cássio, irmão de Abner Ferreira, pastor da Igreja Assembleia de Deus de Madureira, do Rio de Janeiro, que o denunciado frequenta. Foi nela, inclusive, que Eduardo Cunha celebrou a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados”, discorre o procurador-geral Rodrigo Janot na denúncia.
A PGR também afirma que “não tem dúvidas” de que os depósitos foram efetuados por indicação de Cunha e para o pagamento dos US$ 5 milhões em propina que teria pedido a Júlio Camargo para facilitar que a Samsung firmasse contratos com a Petrobras.
O peemedebista já havia sido citado pelo doleiro Alberto Yousseff em 2014. Na ocasião, Yousseff disse que Julio havia pagado propina ao presidente da Câmara. A denúncia da Procuradoria vem após o nome de Cunha ter sido citado em delação premiada do próprio Julio Camargo.
Além de Cunha, os nomes da ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ) e o senador Fernando Collor (PTB-AL) também aparecem na denúncia da PGR – Solange por corrupção passiva e Collor por motivo ainda sigiloso.