Peemedebista também considerou que falta de apoio do governo e da oposição não atrapalha seu comando da Câmara dos Deputados

ao ser questionado por jornalistas, Cunha reafirmou que não renunciará ao cargo | Valter Campanato/ABr
Questionado por jornalistas, Cunha reafirmou que não renunciará ao cargo | Valter Campanato/ABr

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse terça-feira (20) que não pretende se licenciar da presidência para se defender no processo aberto contra ele no Conselho de Ética da Casa. “Não existe essa figura”, afirmou Cunha, que é acusado no processo de quebra do decoro parlamentar.

Na terça-feira (19), ao ser questionado por jornalistas, Cunha reafirmou que não renunciará ao cargo. Nesta terça-feira, perguntado se tinha intenção de se licenciar para se defender das acusações de quebra de decoro, Cunha disse não ver “problemas” em conciliar a presidência da Câmara com a sua defesa. “As atividades são múltiplas, e eu tenho tempo para todas”, afirmou.

Quanto à possibilidade de perder o apoio de parlamentares oposicionistas, Cunha disse que “é normal a oposição ter o posicionamento que quiser” e que sua postura permanecerá a mesma. “Minha posição é a mesma, qualquer que seja o posicionamento [da oposição], eu não vou alterar o meu comportamento, nem minha posição.”

Ele ressaltou que não se sente apoiado nem pelo governo nem pela oposição e que não considera tal situação uma perda de condições de ficar no comando da Câmara. “Não será com isso que vou me preocupar. Não vou me preocupar nem com o apoio do governo, nem da oposição, porque não fui eleito por nenhum dos dois.”

Durante a entrevista, Cunha sobre falou também sobre a reunião que o PMDB fará em novembro para tratar de sua permanência na base aliada do governo. Cunha que voltou a defender a saída do PMDB da base aliada. Segundo o deputado, o partido está dividido. “Não sei o que vai acontecer [durante a convenção], se vai manter ou não [o apoio. Isso não está na minha alçada. A minha posição pessoal é a mesma [sair da base], ela não se alterou.”

Ao final da entrevista, Cunha comentou declarações feitas hoje pela presidenta Dilma Rousseff na Finlândia, em resposta a jornalistas que perguntaram se o governo não está envolvido em esquema de corrupção. “Eu não sabia que a Petrobras não era do governo”, disse Cunha. A presidenta havia dito, em entrevista coletiva, que seu governo não está envolvido em nenhum escândalo de corrupção. Perguntada se a Petrobras é uma empresa de seu governo, Dilma respondeu: “não é a empresa Petrobras que está envolvida no escândalo. São pessoas que praticaram corrupção e elas estão presas.”