Cunha favoreceu consórcio de hidrelétrica em Goiás, aponta operação ligada à Lava Jato

08 junho 2017 às 14h39

COMPARTILHAR
Ação investiga esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na empresa de energia Furnas, subsidiária da estatal Eletrobras

A construção da Usina Hidrelétrica Serra do Facão, em Goiás, está no centro das investigações da Operação Barão Gatuno, deflagrada na manhã desta quinta-feira (8/6), tendo como base a delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral, durante as investigações da Operação Lava Jato.
As polícias dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo cumpriram 33 mandados de busca e apreensão para investigar o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na empresa de energia Furnas, subsidiária da estatal Eletrobras.
Conforme a Polícia Civil, as fraudes teriam ocorrido em contratos firmados pela empresa de energia na compra de ações da Usina Hidrelétrica Serra do Facão, em Goiás. O responsável seria o ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está preso.
Em seus depoimentos, Delcídio falou sobre a ligação da atual diretoria de Furnas a Cunha e a relação do peemedebista com o operador financeiro Lúcio Funaro — que também está preso.
Conforme informações do jornal “O Estado de S. Paulo”, Cunha foi o responsável por alterar a legislação do setor energético, nos anos de 2007 e 2008, para beneficiar seus interesses e os de Funaro, com a relatoria de medidas provisórias (396/2007 e 450/2008) que favoreceram a empresa Serra da Carioca II, à época em que um indicado de Cunha ocupava a presidência da subsidiária.
A atuação de Cunha teria permitido que Furnas comprasse as ações da Serra da Carioca II, que era sócia da estatal, em um consórcio para construção da Usina Hidrelétrica Serra do Facão. Em auditoria, a Controladoria-Geral da União (CGU) apurou vantagens para a empresa que não eram usualmente verificadas em negociações do mercado privado.