Após denúncias de que presidente manteria contas secretas na Suíça, deputado afirma que acusações são “seletivas” e visam transformá-lo no foco das investigações

| Foto: Gilmar Felix/ Câmara dos Deputados
Presidente será julgado pelo STF | Foto: Gilmar Felix/ Câmara dos Deputados

Após o Ministério Público da Suíça ter repassado à Procuradoria Geral da República os resultados de investigações que apontam que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e alguns de seus familiares mantém contas secretas no país, Cunha emitiu nota se manifestando sobre a acusação. Segundo ele, o caso só será comentado depois que ele tiver acesso ao real teor da denúncia.

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Na nota, divulgada pelo assessoria de imprensa do Gabinete da Presidência da Câmara, o presidente afirma que “desconhece o teor dos fatos veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real do que vem sendo divulgado”. Cunha garantiu ainda estar tranquilo e acusou a mídia de estar divulgando notícias selecionadas “unicamente” para “constranger o presidente da Câmara”.

O comunicado ainda afirma a existência de uma “tentativa contínua de transformar o presidente da Câmara no principal foco da investigação”. Cunha aproveitou a oportunidade para relembrar nota anterior (de 20/8), em que ele questiona o porquê de seu nome estar sendo citado, mas o dos membros do Governo e do PT supostamente não aparecerem nas denúncias. “É muito estranho não haver ainda nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado”, pontua ele.

Cunha será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que é detentor de foro privilegiado, e disse confiar “plenamente na isenção e na imparcialidade” do STF. Enquanto seus advogados ainda não têm acesso à denúncia, o presidente diz seguir “realizando seu trabalho com a mesma lisura e independência”.

Confira a nota na íntegra:

“NOTA À IMPRENSA

Com relação às notícias veiculadas acerca de supostas movimentações financeiras no exterior atribuídas ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, esclarecemos:

1) O presidente desconhece o teor dos fatos veiculados e não tecerá comentários sem ter acesso ao conteúdo real do que vem sendo divulgado. Assim que tiver ciência, por meio de seus advogados, o presidente se manifestará.

2) O presidente reitera o teor do seu depoimento prestado à CPI da Petrobras de forma espontânea.

3) O presidente reafirma o seu posicionamento na nota divulgada no dia 20 de agosto de 2015, na qual, entre outras observações, destacou:

– ´Também é muito estranho não haver ainda nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado´.

– ´À evidência de que essa série de escândalos foi patrocinada pelo PT e seu governo, não seria possível retirar do colo deles, e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT, os inúmeros ilícitos praticados na Petrobras.´

4) Diante desses fatos, causa muita estranheza a divulgação seletiva de notícias visando unicamente constranger o presidente da Câmara, em contrapartida ao silêncio sobre fatos graves que não foram objeto de divulgação alguma. Refutamos a tentativa contínua de transformar o presidente da Câmara no principal foco da investigação.

5) O presidente continua absolutamente tranquilo e realizando seu trabalho com a mesma lisura e independência, confiando plenamente na isenção e na imparcialidade do Supremo Tribunal Federal.

ASSESSORIA DE IMPRENSA
GABINETE DA PRESIDÊNCIA”