O presidente da Agetop, Jayme Rincón, o dirigente do PSDB Goiás Paulo de Jesus e o deputado Carlos Alberto Lereia foram alguns dos tucanos que responderam comentários de opositores, sobretudo Iris e Caiado

Ao som de “Vá com Deus” – canção bastante controversa para a situação –, interpretada pela cantora Roberta Miranda, o PSDB consagrou na manhã deste sábado (28/6) o nome do governador Marconi Perillo à reeleição. Esta é a quarta vez que o tucano concorre à vaga de chefe do Executivo estadual e, caso ganhe as eleições, será o primeiro político da história brasileira a acumular tantos mandatos. O excesso de anos no poder é motivo de duras críticas de muitos partidos da oposição, que pregam incansavelmente a busca pelo novo.

No caso do PMDB de Iris Rezende, especificamente, o discurso perde o sentido, uma vez que o pré-candidato da sigla também soma muitos anos de vida pública. Buscando outra direção, a chapa composta por Iris, Armando Vergílio (Solidariedade) e o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) passou, após ser concretizada, a pregar um novo caminho para Goiás por meio da superação do modelo tucano, o qual os integrantes da composição avaliam como ineficiente, corrupto, dentre outras pejorações.

O democrata Caiado, que até pouco tempo estava ligado à base marconista, fez críticas pesadas à atual gestão estadual e chegou a acusar Marconi de usar a máquina de governo como barganha para conseguir apoiadores. “Crime eleitoral”, classificou ele. O ex-governador Iris também, sempre que pode, demonstra sua desaprovação ao modo como o tucano administra o Estado. “Marconi perdeu toda a autoridade por ter trabalhado apenas no último ano de seus mandatos”, disse o decano peemedebista em entrevista coletiva na última sexta-feira (27/6).

Reza o ditado popular: “quem fala o que quer escuta o que não quer”. Foi com esta premissa que integrantes da base aliada responderam no mesmo tom as críticas do outro lado. Dirigindo-se especificamente ao pré-candidato Iris Rezende, o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, afirmou que o peemedebista é um “político superado” e que “deve muita coisa ao Estado de Goiás”.

“As práticas políticas do ex-governador Iris já foram rejeitadas por três vezes pela sociedade goiana. Mas me preocupa o nível que eles estão querendo colocar a campanha. Nós queremos debater propostas e discutir Goiás, mas não vamos deixar nenhum ataque sem respostas. […] Iris é um tremendo de um cara de pau. Ele não tem condições morais de acusar ninguém. Ele enriqueceu na política, ele nunca teve outra atividade e é um dos homens mais ricos da história de Goiás devido à sua vida política”, afirmou em entrevista.

Quem também rebateu as críticas da oposição foi o presidente estadual do PSDB, Paulo de Jesus. Sobre o comentário de que Marconi trabalharia somente nos últimos anos de seus mandatos, o dirigente alegou ser infundado. “Quem não tem projeto e só tem interesse pessoal, só tem que fazer crítica mesmo”, acrescentou. Já acerca das acusações de Ronaldo Caiado de que Marconi faria da máquina governamental um balcão de negócios, Paulo virou a situação e disse que esta é uma prática dos partidos de oposição. “Quando eles estiveram no governo eles fizeram isso. Estamos na época da política séria. Sabemos muito bem separar e separamos”, declarou ao Jornal Opção Online.

No mesmo tom, o deputado Carlos Alberto Lereia afirmou que “qualquer crítica terá uma resposta à altura”. Segundo ele, o projeto tucano se baseia em uma continuidade, “o que foi feito e o que poderá ser feito”. “Campanha, ainda mais em época de copa, você não precisa dar canelada. Você pode fazer uma jogada bonita e ganhar”, alfinetou.

Caiado e a oposição

Também presente na convenção da base marconista, o prefeito de Goianésia, Jalles Fontoura (PSDB), falou especificamente sobre Ronaldo Caiado e sua debandada à ala peemedebista. Para ele, o democrata possui um eleitorado segmentado, bastante fiel, mas sem possibilidades de crescimento; o que, segundo Jalles, é suficiente para se candidatar a deputado federal, mas não a senador. “Para a chapa majoritária é necessário agregar gente”, disse.

Vale lembrar que o prefeito de Goianésia possui um histórico complicado com Caiado e o Democratas. Filho do ex-governador Otávio Lage, Jalles foi derrotado pelo ex-senador Demóstenes Torres nas convenções do antigo PFL, em 2002, quando Torres, então integrante de sua equipe de pré-campanha, foi escolhido candidato à senatoria em seu lugar. À época, Jalles afirmou que foi traído por Demóstenes e também por Ronaldo Caiado, a quem ele definiu como “pai político” do ex-senador.

Acerca da recente formação da chapa majoritária entre PMDB, DEM e Solidariedade, Jalles é categórico. “Foi uma composição exótica, estranha e esquisita para o eleitor”, finalizou.