Museu de Arte Moderna de São Paulo foi alvo de polêmica após as controversas imagens correrem as redes sociais nesta sexta-feira (29)

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Uma nova polêmica envolvendo a liberdade artística tomou conta das redes sociais nesta sexta-feira (29/9), depois de fotos e vídeos mostrarem a participação de uma criança em uma performance protagonizada por um homem nu.

Os registros foram feitos no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e mostram uma menina, que aparenta não ter muito mais que 5 anos de idade, tocando os pés de um artista nu que estava imóvel e deitado sobre o chão.

Nas redes sociais, internautas acusam o museu e os artistas envolvidos na apresentação cultural de pedofilia e erotização infantil. A denúncia partiu do Movimento Brasil Livre (MBL), o mesmo que convocou um boicote à exposição Queermuseu, patrocinada pelo Santander no Rio Grande do Sul, gerando uma grande polêmica.

A performance citada no MAM foi realizada pelo artista fluminense Wagner Schwartz, que participava do evento 35º Panorama da Arte Brasileira, na última terça-feira (26). O ato, chamado La Bête, é baseado nos Bichos de Lygia Clark, que são esculturas de alumínio que podem ser manipuladas pelo público.

Em nota divulgada no Facebook, o museu afirma que a criança estava acompanhada da mãe e que a sala onde ocorria a performance estava “devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística”. O museu também garante que o trabalho, entitulado “La Bête”, não tem qualquer conteúdo erótico. Confira abaixo a íntegra da nota:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O Museu de Arte Moderna de São Paulo informa que a performance “La Bête”, que está sendo questionada em páginas no Facebook, foi realizada na abertura da Mostra Panorama da Arte Brasileira, em evento de inauguração.

É importante ressaltar que o Museu tem a prática de sinalizar aos visitantes qualquer tema sensível à restrição de público. Neste sentido, a sala estava devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística. O trabalho não tem conteúdo erótico e trata-se de uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark, artista historicamente reconhecida pelas suas proposições artísticas interativas.

É importante ressaltar que o material apresentado nas plataformas digitais omite a informação de que a criança que aparece no vídeo estava acompanhada de sua mãe durante a abertura da exposição.

Portanto, os esclarecimentos acima denotam que as referências à inadequação da situação são fora de contexto.