Cresce em Goiás o partido que quer “endireitar” o Brasil e Bolsonaro presidente
19 novembro 2017 às 18h44
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Partido Militar Brasileiro tem até março para conseguir mais de 100 mil assinaturas que ainda faltam para efetivar homologação junto ao TSE
O Partido Militar Brasileiro (PMBR) corre contra o tempo para obter homologação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que possa apresentar candidaturas já nas eleições do ano que vem.
Em Goiás, a sigla tem comissões em 36 cidades e coletou 4500 assinaturas em um mês de trabalho. A nível nacional, o objetivo é recolher as 486 mil assinaturas necessárias para que a sigla seja registrada pelo TSE. Até agora, foram colhidas mais de 300 mil em 1100 diretórios municipais em todos os estados da federação.
Além de campanha nas redes sociais para coleta de assinaturas, o PMBR também pede doações em dinheiro para custear as comissões municipais que trabalham na mobilização de mais assinaturas. “Faça sua doação para a criação do partido que vai endireitar o País”, diz um folder que circula nas redes sociais.
Segundo o coordenador do PMBR em Goiás, Coronel Aparecido Almeida, a filiação é aberta a todos, não apenas a militares. “O partido militar foi criado tendo como base costumes militares, para trabalhar contra a corrupção, fazer a coisa certa. E nesse sentido, temos grande respaldo da sociedade, que vê isso como uma luz no fim do túnel ante tamanha corrupção dentro dos partidos políticos tradicionais”.
Para tanto, ele garante que o partido defende a democracia. “Nosso lema é ordem e progresso baseado no princípio democrático de direito”, disse em entrevista ao Jornal Opção.
Apesar do discurso pró democracia, presente inclusive no estatuto do partido, o criador do PMBR é o deputado federal Capitão Augusto (PR-SP). Conhecido por circular pelos corredores do Congresso Nacional de farda, é assumido defensor da ditadura militar e já disse em entrevista que a nova sigla é originária da antiga Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido que dava sustentação aos governos militares pós golpe de 1964.
Para 2018, o grande objetivo do PMBR é eleger legisladores, especialmente deputados federais, para defenderem uma agenda de alterações na área de segurança pública. “O que temos hoje é uma legislação muito frouxa. Quem melhor para debater segurança pública que os próprios militares? Para apresentar projetos coerentes para resolução dos problemas de segurança que temos hoje no Brasil?”, disse Coronel Almeida.
Entre outras agendas, defende a diminuição da maioridade penal e mudanças “profundas” no Código Penal, Código Processual Penal, Leis de Execuções Penais, Lei do Desarmamento e no Estatuto da Criança e Adolescente. “Vamos propor alterações que nenhum outro partido teve coragem ou vontade de fazer”, define o site do partido.
Além de estar presente em todos os estados, o PMBR também apoia a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) à presidência da República e quer, inclusive, que o parlamentar se filie para concorrer ao cargo pela sigla.