Cremego se pronunciou, repudiou o caso, mas afirmou que, apesar de avaliar quais medidas tomará, a cassação do profissional caberá ao conselho de São Paulo, onde ocorreu o crime

Médico goiano Leônidas Bueno Fernandes Filho | Foto: Reprodução

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) publicou nota, nesta quarta-feira, 18, se posicionado sobre o caso do médico goiano Leônidas Bueno Fernandes Filho, que foi preso por ter participado de rinha de cães da raça pitbull promovida em  São Paulo, no município de Mairiporã.

Na nota, o conselho repudia os atos investigados pela Polícia Civil e afirma que vai avaliar o caso dentro de sua competência legal. Mas informa que a decisão sobre a cassação ou não da licença do médico é de competência do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), porque foi onde o crime ocorreu, mesmo que o profissional esteja inscrito em Goiás.

Leia nota na íntegra:

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) repudia qualquer forma de violência, desrespeito e agressão à vida humana e animal. Em relação à rinha de cães que era realizada no interior de São Paulo, o Cremego confia no trabalho das autoridades policiais e na Justiça e espera que as responsabilidades sejam apuradas e os envolvidos sejam punidos de acordo com a lei.
No caso do médico preso e denunciado por envolvimento em rinha de cães, o Cremego vai avaliar o fato dentro de sua competência legal. Contudo, pelo caso ter ocorrido em São Paulo, qualquer apuração, de acordo com o Código de Processo Ético-Profissional Médico, caberá ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), mesmo o médico denunciado sendo inscrito em Goiás.
O Cremego entende e se solidariza com a indignação popular diante dos maus-tratos flagrados na ação policial e espera que todos os responsáveis, independentemente de suas profissões, sejam identificados, julgados e penalizados segundo a legislação brasileira.

Entenda

Cerca de 19 cães foram resgatados em uma chácara, onde veterinários, médicos, um policial militar e estrangeiros instigavam brigas entre os animais. Segundo o vereador Zander Fábio (PV), que pede a cassação da licença, é inadmissível que um animal sofra esses maus tratos. “Passavam carne fresca no dorso dos cães enquanto eles ficavam dois dias sem comer e colocavam pimenta líquida nos olhos e órgãos genitais, para que os mesmos pudessem matar uns aos outros. O cão que era morto, depois de tudo isso, era uma parte servida para os próprios animais e a outra parte era dividida em churrasco para as própria pessoas” ressaltou o parlamentar.

Dos 41 presos pelo crime, apenas Djoy Paxiuba Oliveira Lucena Rodrigues, apontado como organizador, teve a prisão mantida pela Justiça após a audiência de custódia no Fórum de Guarulhos realizada nesta segunda-feira,16.  Segundo a Polícia Civil, o veterinário e o médico eram responsáveis por reanimar os cães machucados durante as lutas, para que continuassem a briga.

A “rinha” era combinada através de um grupo no aplicativo de WhatsApp. Os suspeitos vão responder por associação criminosa e maus-tratos contra animais, além de ter o agravante de morte e jogos de azar.

O advogado de Leônidas concederá entrevista nesta quarta-feira, 18, para dar seu posicionamento.