Crea-GO se posiciona contra proibição de novos prédios no Jardim Goiás
05 janeiro 2018 às 12h25

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Presidente do conselho que representa engenheiros do Estado afirma que existem “soluções técnicas” para problema do super adensamento

Presidente do Conselho Regional de Engenharias e Agronomia (Crea-GO), Francisco Almeida criticou, durante entrevista ao Jornal Opção, a proposta da Prefeitura de Goiânia de impedir a construção de novos prédios residenciais na região próxima ao shopping Flamboyant, incluindo os setores Jardim Goiás e Alto da Glória.
Segundo ele, a justificativa de que há um superadensamento no local é válida, mas não deve servir de impeditivo para o desenvolvimento. “Impedir qualquer coisa é contra a técnica da engenharia. Sempre há soluções alternativas para um crescimento sustentável”, argumentou.
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Apesar da proposta constar na atualização do Plano Diretor de Goiânia, desenvolvida pela gestão Iris Rezende (MDB) e apresentada no final do ano passado, será preciso que a Câmara Municipal vote o projeto — que está previsto para começar a ser discutido em fevereiro.
Almeida confirmou que o Crea-GO trentará, junto ao Legislativo, alterar o trecho que trata sobre a retirada da região do Flamboyant da área de adensamento. “Desacelerar o crescimento deve ser feito, sim, mas é preciso que seja feita uma ampla discussão, com moradores e investidores. É importante que haja debate. Nós apresentemos nossas soluções, para todos os problemas, como drenagem, fluxo de veículos”, acrescentou.
A tese do engenheiro é de que os recorrentes problemas, como enchentes e grandes engarrafamentos, são fruto da falta de planejamento e investimento do Poder Público. Ele cita, por exemplo, o Setor Bueno, outra região altamente adensada, que sofre com situação idêntica. “Insisto que existem ações técnicas para melhorar a recarga do lençol hídrico, por exemplo. Independente de prédio ou não, é preciso garantir a drenagem do solo”, completou.
Além disso, o representante do Crea-GO destaca a falta de fiscalização da lei que garante pelo menos 15% de área permeável em qualquer edificação na capital goiana: “Não acontece nada com quem descumpre. Basta dar um giro por vários bairros, como o Bairro Goyá e até o Setor Campinas, onde também as galerias pluviais são muito frágeis e não conseguem absorver a água da chuva.”