Crea emite alerta sobre ponte da T-63 e diz que 78% dos viadutos da capital precisam de intervenção
12 março 2019 às 12h10

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“Depois que cair não quero que me chamem para dar entrevistas, quero falar antes e evitar que caia ponte, bueiro”, disse o presidente do Conselho

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-GO) apresentou relatório de vistoria das Obras de Arte Especiais (OAE’S) de Goiânia, feito em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do estado de Goiás (IBAPE-GO). O estudo foi feito com o intuito de garantir a segurança da população goianiense, recolhendo dados para a elaboração de um plano de vistorias e inspeções periódicas de pontes e viadutos, além de estabelecer critérios de priorização para intervenções corretivas.
“O principal problema é a falta de controle do sistema de drenagem, precisamos de um sistema de drenagem que funcione. Para isso, são necessários elementos baratos e fáceis. Em nossa conclusão apresentamos que as primeiras intervenções necessárias são de custo baixo e devem ser feitas em curto prazo e de maneira generalizada”, afirmou o diretor da Escola de Engenharia da Puc Goiás, Fábio Simões, ao ressaltar que quase 80% das pontes no município apresentam esse tipo de problema.

No primeiro lugar do ranking de OAE’S de acordo com Grau de Deterioração (Gd) está a ponte da Avenida T-63, sobre o Córrego Cascavel, seguida pela ponte da Avenida das Pirâmides e ponte da Avenida Acary Passos. Esses pontos possuem maior prioridade de intervenção.
Sobre a ponte da T-63, Fábio Simões alerta que a sua deterioração tem sido rápida. “A cada período chuvoso esse quadro pode se agravar ainda mais, e obviamente queremos evitar que essa situação chegue ao ponto de um colapso na capital”, explicou ao destacar que os gestores precisam tomar esse cuidado com as OAE’S como prioridade.

“Esse é um estudo técnico que foi desenvolvido ao longo dos anos e será disponibilizado para o prefeito Iris Rezende, Seinfra, governo estadual e concessionária, para que, em conjunto, possamos achar soluções para a correção de erros e prevenir acidentes”, afirma o presidente do Crea Goiás, Francisco Almeida, que frisou a importância de estudos preventivos. “Depois que cair não quero que me chamem para dar entrevistas, quero falar antes e evitar que caia ponte, bueiro”, disse.

Resultados
Após a realização de vistorias em 68 OAE’S no município de Goiânia, com base nos requisitos da norma ABNT NBR 9452:2016, foi identificada um total de 230 ocorrências de manifestações patológicas, sendo constatadas manchas de umidade em 53 OAE’S; 48 OAE’S apresentam lixiviações no concreto; 42 OAE’S apresentam corrosão de armadura e 39 OAE’S têm elementos funcionais danificados. A segregação de concreto está presente em 24 OAE’S, já s fissuras e encontros danificados estão presentes em 24% e 12% das OAE’S respectivamente.