CPI da Covid aprova quebra de sigilo de Pazuello, Ernesto Araújo e outros secretários ligados ao Ministério da Saúde
10 junho 2021 às 16h55
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Essa medida permite que se tenha acesso a dados telefônicos e e-mails dos investigados
Por Gabriella Oliveira, especial para o Jornal Opção
Nesta quinta-feira (10), a CPI da Covid aprovou 23 requerimentos que solicitam a transferência do sigilo telefônico e telemático de alvos da investigação, como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e também a transferência bancária e fiscal de empresas publicitárias. A solicitação foi feita pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), segundo a Agência Senado.
Com essa aprovação será possível ter acesso a uma série de informações dos investigados como o registro de ligações e suas durações, lista de contatos, cópias de e-mails, entre outros conteúdos importantes para as investigações. Além disso, a quebra do sigilo fiscal e bancário de empresas de publicidade possibilitará investigar se houve compra e propagação de Fake News a respeito da Covid-19.
Dentre os investigados está o ex-chanceler Ernesto Araújo. Para Alessandro Vieiria ter acesso a essas informações é muito importante para ter uma maior transparência a respeito da negligência que Ernesto teve na compra de insumos e vacinas para o Brasil.
Outros dois investigados e que tiveram seus sigilos quebrados foram Carlos Wizard e Paolo Zanotto. Eles estão sendo acusados de participar de um “Gabinete Paralelo” que auxiliava na má administração da pandemia. Ainda segundo o parlamentar Alessandro Vieira, existem “indícios de que (o empresário Carlos Wizard) tenha mobilizado recursos financeiros para fortalecer a aceitação das medidas que o presidente da República julgava adequadas, mesmo sem qualquer comprovação científica”. Já Zanotto teria aconselhado o presidente Jair Bolsonaro a tomar extremo cuidado com o uso das vacinas.
A secretária de Gestão do Trabalho e Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro também teve seu sigilo quebrado. Durante o ápice da crise da pandemia em Manaus, ela teria enviado uma mensagem dizendo que seria inadmissível o não uso de medicamentos como cloroquina e ivermectina que já foram provados como ineficazes na luta contra o Covid.
Confira a lista da quebra de sigilo telemático e telefônico:
Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República;
Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;
Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;
Carlos Wizard, empresário;
Zoser Hardman, ex-assessor especial do Ministério da Saúde;
Túlio Silveira, representante da Precisa Medicamentos;
Paolo Zanotto, biologista;
Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas;
Luciano Dias Azevedo, médico;
Hélio Angotti Neto, Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde;
Francisco Ferreira Filho, Coordenador do Comitê da Crise do Amazonas;
Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos;
Francieli Fontana Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI);
Flávio Werneck, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde;
Antônio Elcio Franco Filho; ex-secretário Executivo do Ministério da Saúde;
Camile Giaretta Sachetti, ex-diretora do departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde;
Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde;
Alexandre Figueiredo Costa e Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU);
Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde;
Empresa PPR – Profissionais de Publicidade Reunidos;
Calya/Y2 Propaganda e Marketing;
Artplan Comunicação;
Lista da transferência de sigilo bancário e fiscal:
Associação Dignidade Médica de Pernambuco;
Empresa PPR – Profissionais de Publicidade Reunidos;
Calya/Y2 Propaganda e Marketing;
Artplan Comunicação;