Corregedoria vai investigar suspeita de violação do painel eletrônico da Câmara Municipal

14 maio 2014 às 15h47

COMPARTILHAR
O nome de Thiago Albernaz (PSDB) foi registrado na Casa, mesmo ele tendo encaminhado ofício explicando que não estaria presente
Uma suspeita de violação no painel eletrônico causou burburinho na Câmara Municipal de Goiânia nesta quarta-feira (14/5). Apesar da ausência do vereador Thiago Albernaz (PSDB), que encaminhou justificativa explicando os motivos de não ir à Casa, seu nome apareceu no painel eletrônico, como se ele tivesse marcado sua presença.
O fato inusitado chegou ao conhecimento do Presidente da Câmara, Clécio Alves (PMDB), por meio do vereador Paulo Magalhães (SDD), que, por sua vez, foi alertado por Eudes Vigor (PMDB). Paulo Magalhães tem travado uma batalha na Casa nos últimos meses pela implantação de ponto eletrônico para que seja obrigatório aos legisladores registrarem sua presença em três períodos diferentes nos dias de sessão.
O vereador explicou que cobrou de Clécio que providências fossem tomadas quanto ao fato. O presidente prontamente solicitou ao corregedor da Casa, vereador Paulinho Graus (PDT), que conduzisse uma investigação para apurar o caso.
O pedetista explicou ao Jornal Opção que o processo de registro de presença pode ser feito por meio biométrico ou eletrônico, com a utilização de senhas – método que seria o preferido pela maioria dos legisladores. Dessa forma o método mais provável para a ocorrência desse fato seria se algum vereador tivesse acesso à senha de Albernaz.
Paulinho Graus informou que o trabalho de apuração poderia ser mais rápido caso a TV Câmara não estivesse fora do ar. Desde esta terça-feira a emissora enfrenta problemas técnicos e, por isso, não há filmagens que possam facilitar o processo de investigação.
Por esse motivo, a investigação se dará por meios estritamente técnicos. “Vamos pedir para que seja averiguada em qual mesa a senha do vereador foi digitada”, disse. Ele afirmou não haver um prazo estimado para o término das apurações, já que depende somente de questões tecnológicas. Segundo o corregedor, caso seja confirmada a violação do painel eletrônico por algum legislador, a punição cabível é a cassação.
Thiago Albernaz, ao Jornal Opção Online, disse que o caso trata-se de um “mistério”. Ele ressaltou que havia encaminhado um ofício à diretoria explicando que estaria ausente nesta quarta-feira e cogita a possibilidade de problemas técnicos. “Tem que ver se há um problema de cadastro ou de senhas que se equivalem”, disse.
O tucano contou que foi alertado da situação por vereadores de seu partido e que, por isso, abandonou as reuniões das quais participava – que estavam pré-agendadas – para averiguar o que estava acontecendo. Ele chegou à Casa por volta das 11h e se manifestou sobre o ocorrido, afirmando que não reconhecia o registro de sua presença naquele período.
Questionada se em algum momento havia repassado sua senha a outro vereador, Thiago Albernaz negou com veemência. “De forma alguma. Esse tipo de coisa não acontece.”