Coronavírus causará impacto de R$ 306 milhões na arrecadação de Goiânia
19 março 2020 às 19h43

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Secretaria de Finanças já fez contingenciamento de R$ 133 milhões para minimizar efeitos da doença nos cofres do município

R$306 milhões. Esse será o impacto negativo que a pandemia do coronavírus vai causar nos cofres públicos da Prefeitura de Goiânia. Esse montante é a perda calculada na arrecadação dos próximos cinco meses – o valor é o equivalente a 25% do que o Paço Municipal esperava somar as contas do município nesse período.
“A situação é preocupante. Esse impacto é em razão do estado de emergência de saúde que estamos vivendo e que vai resultar, como efeito colateral, o desaquecimento abrupto da economia. É extremamente preocupante”, classifica o secretário de Finanças de Goiânia, Alessandro Melo.
Além de calcular as perdas na arrecadação nos próximos meses, Alessandro Melo, também contabiliza os investimentos que precisam ser feitos pela saúde para conter o avanço do coronavírus na capital. “Editamos um decreto para contingenciar, ou seja, evitar que sejam gastos R$ 133 milhões. Vamos fazer esse primeiro contingenciamento e se os números que vamos ter que tomar atitudes mais severas”, afirma o secretário.
O Imposto Sobre Serviços (ISS), por exemplo, que é a principal fonte de arrecadação do município, deve ter uma das maiores perdas. Isso porque ele está relacionado a setores econômicos como construção civil, eventos, escolas, hotéis, clínicas, oficinas, salões de beleza, cartórios, academias, entre outros, que, na maioria, estão com as prestações de serviço suspensas pelos próximos 15 dias.
Só para o mês de abril, a Finanças calcula uma perda de R$ 75,2 milhões na arrecadação. A segunda maior queda deve ser registrada no mês de julho, quando o recuo deve alcançar R$ 61,9 milhões. Nos outros meses serão de, em média, R$ 57 milhões. Essas perdas devem ser resultantes do aumento da inadimplência em relação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), da queda nos valores transferidos pelo Estado e pelo Governo Federal, além da própria perda na arrecadação municipal, que também abrange do Imposto Sobre Transmissão de Imóveis (ISTI), taxas e contribuições.
Junto com representantes de outras capitais, Alessandro Melo deve fazer gestão junto ao Governo Federal em busca de recursos para minimizar o impacto. “As capitais vão enviar ao Ministério da Economia, talvez ainda essa semana, uma carta com pedidos de ajuda ao Governo Federal. Só a União tem as ferramentas necessárias para tratar essas questões da macroeconomia”, relata.
Apesar do contingenciamento, o secretário de Finanças garante que todos os serviços prestados à população serão mantidos. O congelamento de gastos também não afeta as obras em andamento na Capital, inclusive porque a maioria delas é custeada por recursos oriundos de financiamento, não por verbas provenientes do Tesouro Municipal, alvo da limitação de gastos. “A prestação de serviços à cidade não será afetada. A medida é para resguardar a administração municipal e garantir que fechemos o ano no azul. Nós tivemos uma luta tão grande para poder equilibrar as contas do município que não podemos perder o foco, mesmo entendendo a situação de emergência”, avalia Alessandro Melo. As medidas constantes do decreto tem efeito imediato.