Contrato milionário da esposa de Alexandre de Moares com Banco Master chama atenção no meio jurídico
09 dezembro 2025 às 19h42

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Documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) revelam que o escritório de advocacia comandado por Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mantinha um contrato com o Banco Master que, se cumprido integralmente, poderia somar R$ 129 milhões.
Segundo o contrato, o pagamento seria dividido em 36 parcelas mensais de R$ 3,6 milhões, com início previsto para 2024. A prestação de serviços, porém, não detalhava causas jurídicas específicas, limitando-se a autorizar o escritório a “representar o banco sempre que necessário”. O documento foi encontrado no celular do controlador do banco, Daniel Vorcaro, preso na Operação Compliance Zero, que apura irregularidades financeiras e gestão fraudulenta no Banco Master.
O escritório Barci de Moraes Advogados conta ainda com a participação de dois filhos do ministro. Advogados ouvidos sob reserva destacaram que se trata de um contrato de valor excepcional no Brasil, possivelmente o maior firmado por um único cliente com uma banca de advocacia no país.
A Operação Compliance Zero investiga contratos, movimentações financeiras e a atuação do Banco Master em operações suspeitas de fraude. A prisão de Vorcaro, principal executivo do banco, motivou a apreensão de documentos que detalham o acordo com a família de Moraes. Especialistas afirmam que a divulgação do contrato reforça a necessidade de transparência e de investigação sobre relações financeiras envolvendo figuras públicas.
Até o momento, nem o escritório Barci de Moraes Advogados nem o ministro Alexandre de Moraes emitiram respostas aos pedidos de esclarecimento feitos pela imprensa. A repercussão sobre o contrato gerou debates no meio jurídico sobre conflitos de interesse e ética na advocacia, embora ainda não haja indícios de ilegalidade no acordo.
O episódio reacende discussões sobre a necessidade de regras mais rígidas para contratos envolvendo parentes de autoridades públicas, especialmente quando vinculados a instituições financeiras sob investigação.
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