Construção de condomínios de alto padrão cresce, mas esbarra em escassez de mão de obra em Goiânia

02 maio 2024 às 12h36

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O avanço do Produto Interno Bruto (PIB) e a tendência na queda dos juros deve fazer com que o número de condomínios verticais cresça 10% este ano, em Goiânia. A maior alta deve ocorrer em prédios de alto padrão, conforme estimativa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO).
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O segmento de luxo, inclusive, fez com que a capital goiana registrasse um recorde histórico na valorização do m² da cidade, em 2023, fazendo com que fosse considerada a segunda maior entre os 50 municípios pesquisados pelo índice FipeZap.
A Associação dos Desenvolvedores Urbanos no Estado de Goiás (ADU) também aponta o aquecimento do segmento de condomínios horizontais. Em 2023 foram lançados em Goiânia e Região Metropolitana 42 condomínios horizontais, o maior número dos últimos cinco anos.
A movimentação do mercado já começou a ser sentida no ramo da construção civil. O empresário Fábio Martins afirmou que a demanda por trabalho, assim como o valor das empreitadas cresceu, em média, 30% na empresa de projetos para construção civil em que é sócio.
Segundo ele, a construção de um prédio de alto padrão de 12 andares, por exemplo, girava em torno de R$ 2,3 mil por metro quadrado na capital. Neste ano, o valor passou a ser R$ 3 mil.
“Depende muito do condomínio, do local e do valor do terreno. O solo também influencia, se for um solo mais arenoso vai ser preciso gastar mais material com a fundação para dar sustento a estrutura. Nestes condomínios novos, o solo tem sido mais ruim”, explicou.
Escassez de mão de obra
Fábio justifica que o aumento ocorreu devido a escassez de mão de obra e a elevação da matéria prima. Segundo o empresário, apenas o valor do lote aumentou cerca de 40%, enquanto que o custo da construção subiu entre 20% e 30% nos últimos anos.
A movimentação de obras repercute diretamente no varejo do segmento de materiais de construção. É comum, por exemplo, que os consumidores de alto padrão optem por um acabamento personalizado para o imóvel, permanecendo com as especificações oferecidas pela construtora.
“[O aumento ocorreu] principalmente pela mão de obra, está muito difícil de encontrar. O pessoal que é mais novo não quer atuar na área de pedreiro, servente. Eles estão migrando para outra área. Hoje em dia é muito difícil de encontrar e, quando encontra, a mão de obra é cara”, concluiu.