Deputado Julio Delgado (PSB-MG) afirmou que relator escolhido, Ronaldo Fonseca (Pros-DF), já se posicionou favoravelmente ao peemedebista anteriormente

Depois de quase cinco horas de debates, o colegiado adiou para quarta-feira a decisão sobre o pedido de cassação do mandato do presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha Marcelo Camargo/Agência Brasil
Diante das acusações de que Ronaldo Fonseca já teria manifestado apoio a Cunha, o presidente do Conselho, José Carlos Araújo, pediu registros taquigráficos das sessões | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O deputado federal Ronaldo Fonseca (Pros-DF) foi escolhido, nesta segunda-feira (27/6) relator de recurso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que pede a revogação de parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar recomendando a cassação de seu mandato. No colegiado, no entanto, os deputados questionaram a indicação: Fonseca seria, segundo deputados, aliado de Cunha.

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Na segunda-feira (27), o presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), Osmar Serraglio (PMDB), argumentou que a escolha foi feita pela experiência de Fonseca como advogado, visto que, na sua opinião, seria necessário “juridicidade” para tratar do caso.

Na reunião de terça-feira (28) do Conselho de Ética o deputado Julio Delgado (PSB-MG) lembrou que Ronaldo já havia se manifestado favoravelmente a Cunha no colegiado e que, portanto, não teria uma posição isenta. “O deputado Ronaldo já se manifestou a respeito do processo aqui no conselho e na CCJ. Alguém que já tem posição clara na defesa do representado não poderia ser relator”, alegou ele.

Ronaldo Fonseca contestou a afirmação: “Eu me lembro de ter me pronunciado, como deputado, sobre a morosidade, sobre a protelação. Sobre o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO) eu não emiti nenhuma opinião”. Ele também garantiu que seu relatório será “absolutamente imparcial”.

Frente à acusação de Delgado e à contestação de Fonseca, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA) decidiu pedir as notas taquigráficas com falas do parlamentar para comprovar se ele realmente já se posicionou à favor de Cunha. “Eu vou enviar as notas taquigráficas. O presidente da CCJ e os membros vão deliberar de acordo com os fatos”, afirmou.