Conheça lista de países que podem (ou não) oferecer asilo para Jair Bolsonaro

17 janeiro 2023 às 18h13

COMPARTILHAR
O ex-presidente Jair Bolsonaro pode ser preso assim que voltar ao Brasil? Há quem postule que sim e há quem postule que não.
Há quem acredite que, se for preso, Bolsonaro pode se tornar vítima, e até mártir — uma espécie de Lula da Silva da direita radical.
Então, de acordo com juristas, a possibilidade mais forte é de que Bolsonaro, depois de um longo processo — na verdade, processos — se tornará inelegível.
Porém, por receio de uma prisão — considerada desmoralizadora —, Bolsonaro pode pedir asilo a algum país? Sim, é possível.
Mas quem aceitará Bolsonaro como asilado? No momento, ele está nos Estados Unidos, e, por ser considerado golpista, há um movimento para expulsá-lo do país. Ou seja, haverá resistência a um exílio norte-americano. Resistência não significa que não pode conseguir asilo na terra do ex-presidente republicano Donald Trump e do presidente democrata Joe Biden.

Bolsonaro construiu um bom relacionamento com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Entretanto, o ex-chefão da KGB é pragmático e já estabeleceu boas relações com o presidente Lula da Silva, do PT.
A Arábia Saudita, uma ditadura teocrática, poderá abrigar Bolsonaro. É provável que sim. Mas Michelle Bolsonaro por certo não gostaria da rigidez de como as mulheres são tratadas no país.
A Turquia de Recep Tayyip Erdogan poderia abrigar Bolsonaro? É possível. Assim como o Irã também poderia aceitá-lo. Mas a rigidez com as mulheres por certo afastaria Michelle Bolsonaro.
Cuba, nem pensar. O país é comunista e Bolsonaro não iria para lá nem amarrado. Se fosse, o presidente Miguel Díaz-Canel o entregaria para a Justiça do Brasil no dia seguinte.
E a França? Ora, a França, por ser uma democracia, poderá aceitar Bolsonaro. Mas o brasileiro considera o presidente Emmanuel Macron, um liberal, praticamente um “comunista”. Inclusive com carteirinha… vermelha.

O que dizer da Síria de Bashar al-Assad? O problema é que o presidente sírio é ligado tanto ao Irã quanto à Rússia.
O destino mais certo para Bolsonaro pode ser a Hungria de Viktor Mihály Orbán? Os dois se tornaram amigos e aliados, porque são da extrema-direita. O país, portanto, não tem restrições ao ex-presidente brasileiro. Talvez seja o caminho mais adequado para o ex-presidente.
E a Venezuela, uma ditadura nacionalista? Nem pensar. A turma de Bolsonaro costuma sugerir que até o petróleo do país é vermelho. Lá, de acordo com o bolsonarismo, até a direita é red.
A Argentina, que é uma democracia, não está nos planos dos Bolsonaros. Porque Alberto Fernández, embora seja moderado, é considerado “comunistão” pelos bolsonaristas. Um “vermelho” disfarçado de peronista. E a Nicarágua? Nem pensar. Quando ouve o nome de Daniel Ortega, Bolsonaro passa mal e pede para ser internado.

Emirados Árabes Unidos seria uma saída? Talvez.
Há quem postule que o país ideal, ao lado da Hungria, é a Itália. Porque, embora seja uma democracia, sua primeira-ministra, Giorgia Meloni, é de direita. Consta que, ao vê-la vestida de vermelho, Bolsonaro não teria ficado satisfeito. Mas a política italiana é anticomunista ferrenha. A família do ex-presidente é originária da Itália, o que facilitaria o exílio de Jair e Carlos Bolsonaro.
Deputados italianos já se apresentaram contra um possível exílio para Bolsonaro no país.
E a China? Nem pensar. Apesar da economia de mercado, o país é comunista. A Coreia do Norte, por ser comunista, também está descartada.
O Afeganistão? A rigidez do Taleban certamente agrada a Bolsonaro, mas não terá, por certo, a simpatia de Michelle.
Há outros países que, quem sabe, estão na mira de Bolsonaro: Kuwait, Catar, Quirquistão, Iraque, Jordânia, Casaquistão, Bielorrússia, Egito.
O que é mais provável? Aliados recomendam que Bolsonaro volte para o país e faça sua defesa na Justiça. Tais aliados avaliam que ele tem capital político. Mas há também o indefectível Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que já anda falando que será preferível lançar Michelle Bolsonaro para presidente em 2026. Ele certamente sabe alguma coisa que a maioria não sabe, ou seja, que a Justiça vai tornar Bolsonaro inelegível. Isto se não mandar prendê-lo.